O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 19

80

Em primeiro lugar, investimos quase 500 milhões de euros no País, no domínio do ciclo urbano da água, e,

em segundo lugar, fizemos as ligações que nunca ninguém tinha feito, mormente no Alentejo, pondo a EDIA

(Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, SA) e a Águas de Portugal a trabalhar em conjunto

para, a partir da bacia do Guadiana, mais concretamente de Alqueva, poder abastecer a bacia do Sado, que é,

indubitavelmente, onde existem problemas de escassez mais estruturantes.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Isso já estava previsto!

O Sr. Ministro do Ambiente e da Transição Energética: — Foram também várias as ações que

concretizámos para que, quando no inverno passado — e não me enganei! — tivemos a seca que tivemos, a

água não faltasse a nenhum dos portugueses.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — No interior do País, o abastecimento foi feito com camiões-cisterna!

O Sr. Ministro do Ambiente e da Transição Energética: — De facto, quando pensamos na água, o nosso

foco tem de ser, indesmentivelmente, na gestão da procura e não no aumento da oferta. Sim, há alguns

empreendimentos que é necessário fazer, porque há locais no País onde não se garante sequer a

interanualidade, mesmo para o abastecimento humano, de que Viseu é um caso muito claro.

Como é evidente, porque não se cria água e porque Portugal está situado na bacia mediterrânica, que é uma

das regiões do globo onde a reposição natural da água através da chuva é inferior ao consumo, é mesmo na

eficiência que temos de trabalhar. Por isso são tão importantes os programas do regadio, apesar de os senhores,

quando estiveram no Governo, não terem dado qualquer importância a esta matéria. Estes programas são

absolutamente importantes, mas mais importante do que aumentar a área do regadio é ser muito mais eficiente

no uso da água e acabar com o regadio por alagamento, que é, de facto, extraordinariamente ineficiente, não

havendo em Portugal água suficiente para agir dessa forma.

Através do PO SEUR estão garantidos 80 milhões de euros, sendo que, no programa que herdámos, havia

uma previsão, muito fácil de fixar, de 0 € para intervir na rede hidrográfica, algo que estamos a fazer agora no

País todo. Acrescentámos-lhe esse montante, porque, de facto, pusemos a funcionar dentro do Fundo Ambiental

aquilo que era o Fundo Português de Recursos Hídricos, de cujas receitas nunca tinham sido investidos mais

de 30% a 40%, e, com aquilo que estamos a fazer na recuperação de toda a rede hidrográfica nos 64 concelhos

afetados por incêndios, estamos a falar de mais 16 milhões.

Durante o próximo ano, serão concluídos os planos de escassez por bacia hidrográfica, que são uma figura

de planeamento que não existe sequer nas regras comunitárias mas que consideramos da maior importância,

priorizando, naturalmente, os usos da água. Além disso, até ao primeiro trimestre do próximo ano, teremos uma

aposta muito clara na economia circular no domínio da água, ao garantir que as 50 maiores estações de

tratamento de águas residuais (ETAR) do País utilizarão entre 10% e 20% dos efluentes tratados, por exemplo,

na lavagem de ruas nas cidades e em sistemas de rega na agricultura.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, passamos ao período de encerramento do debate, na generalidade,

das Propostas de Lei n.os 155 e 156/XIII/4.ª (GOV).

Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado André Silva, do PAN.

O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Membros do

Governo: Encerramos hoje o debate, na generalidade, de um Orçamento do Estado que mantém, naquele que

é o último ano desta Legislatura, a mesma trajetória relativamente à dívida e à reposição de rendimentos com

equilíbrio, na medida em que doseia a satisfação de todas as necessidades e contestações, e, portanto, sem

ruturas com a linha orçamental seguida por este Governo nos últimos anos.

O PAN valoriza especialmente as justas reposições de rendimentos e as respostas sociais direcionadas a

quem mais precisa, fundadas numa gestão orçamental responsável e sustentadas nos sinais da economia e nas

metas a cumprir.