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I SÉRIE — NÚMERO 19

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Queremos o aumento da oferta de residências universitárias e queremos melhores condições para a

Autoridade Tributária combater a evasão fiscal, o branqueamento de capitais e a corrupção.

Sr.as e Srs. Deputados, termino, dizendo que o Sr. Primeiro-Ministro escolheu não falar neste debate. Era

preferível que fosse de outra forma, neste que é o último debate do Orçamento da Legislatura,…

Vozes do PSD: — Ah!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — … mas uma coisa é certa, Sr.as e Srs. Deputados: no que depender do

Bloco de Esquerda, estaremos aqui no dia 29 para votar um Orçamento bem melhor do que este que temos

hoje. Há muito trabalho pela frente.

Aplausos do BE.

Protestos do PSD.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa,

do CDS-PP.

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: O Sr. Ministro das Finanças afirmou aqui, ontem, e cito para ser rigorosa: «só prometemos o

que podemos cumprir».

Mas, ao longo deste debate, tornou-se claro que as promessas ou são nominais, como é o caso do estatuto

do cuidador informal ou do aumento do investimento público — já no ano passado, por exemplo, na educação,

tinha sido previsto um aumento de 44% mas depois a execução está, pasme-se, em 14%, o que pode ser

consultado na página 12 do último relatório da UTAO —, ou, então, as promessas estão sujeitas a uma espécie

de revisionismo, seja interpretativo, como no caso das reformas antecipadas ou no reposicionamento dos

professores, em que ainda ninguém percebeu bem em que é que ficamos, seja substantivo, como no adicional

do ISP, que passou de fiscalmente neutro a um argumento ambiental para um meio de financiamento dos passes

sociais.

Mas este «só prometemos o que podemos cumprir» tem no anúncio da redução de propinas o seu exemplo

mais acabado. Fui procurar, então, qual era a promessa do Governo nesta matéria e veja-se que no Programa

do Governo não consta. Na posição conjunta com o Bloco de Esquerda, que teve esta ideia originalmente —

peço desculpa, Sr. Deputado Ivan Gonçalves —, também não consta…

Protestos da Deputada do BE Joana Mortágua.

… e no discurso do Ministro da tutela, até há bem pouco tempo, também não constava. O Sr. Ministro até

dizia que não está em nenhum acordo partidário do Governo e que não cabe nesta Legislatura.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Já foram enganados outra vez!

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Mas havia, sim, uma outra promessa do Governo nesta matéria, que

constava da posição assinada com o Bloco, que era reforçar a ação social escolar, que, neste Orçamento, fica

constante em relação a 2018. E dá-se, então, este estranho caso: o que estava prometido, o reforço da ação

social escolar, não consta do Orçamento, mas o que foi anunciado, a baixa das propinas, também não está lá.

E o Sr. Ministroda Ciência, Tecnologia e Ensino Superior até já nos informou que, lá mais para dezembro, faria

as contas para saber qual é o impacto desta diminuição.

O Sr. Ministro das Finanças continuou ontem a dizer: «os portugueses podem agora confiar». Podemos, Sr.

Ministro? Em que é que podemos confiar? Num Orçamento que não tem dinheiro para as promessas ou em

promessas que depois são recontadas em qualquer outra coisa que se possa pagar, de preferência em

prestações, ou já só depois de 2019?