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31 DE OUTUBRO DE 2018

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reconstrução da coesão territorial e social do nosso País, ressentidas porque esta Legislatura demonstrou que

o seu mantra ideológico era, afinal, uma receita falhada!

Mas, Sr.as e Srs. Deputados, também isso nos dará força e motivação para continuarmos o trabalho feito até

hoje, porque sempre que os falhanços, os ressentimentos e as frustrações da direita forem o resultado dos

sucessos do País, cá estará o Partido Socialista para fazer esse combate e para assegurar que Portugal

permanece do lado certo da história.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana

Mortágua.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A direita apresentou-se neste

debate como uma caricatura de si mesma. Houve tempo para tudo nestes últimos dois dias.

Houve tempo para slogans orelhudos: «Orçamento pastilha elástica», dizia o Deputado Hugo Soares; «orgia

orçamental»; «papas e bolos», dizia outro Deputado do PSD; «logro»; «embuste»; «ilusão». Tudo isto ouvimos,

amiúde, nos últimos dias.

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Deveria ouvir mais!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Houve tempo para avisos, houve tempo para agoiros: «Em 2019 é que

é!»; «em 2019 é que vão ver!». Em 2019 é que vêm todos os problemas que ninguém sente, que ninguém viu,

mas que a direita sabe que está lá, apesar de ninguém sentir e de ninguém ver.

Protestos do PSD.

Nestes dois dias de debate, também houve tempo para mentiras. O Sr. Deputado Carlos Silva disse que este

Orçamento tinha cortes dolorosos e brutais. Mentira! Não há cortes neste Orçamento do Estado.

Vozes do PSD: — Não há?!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Neste debate orçamental houve, sobretudo, muito tempo para

provocações.

Às 18 horas e 51 minutos do dia de ontem, o Deputado Hugo Soares acusava o Bloco e o PCP de serem

cúmplices do Governo: às 19 horas e 9 minutos, era o Governo que estava preso ao Bloco e ao PCP; às 19

horas e 38 minutos, o Bloco contentava-se com «migalhas», «pratos de lentilhas»; logo depois, era o PS que

estava radicalizado e, mais uma vez, no bolso do Bloco e do PCP.

E a provocação continuou ao longo destes dois dias.

Protestos do PSD.

Ao longo deste debate, a provocação continuou e estendeu-se à negociação orçamental: «Sala das

bolachas», desdenhava o Deputado Cristóvão Crespo; «pura negociação comercial, em que os portugueses são

moedas de troca», dizia Adão Silva; «pataca a mim, pataca a ti, tudo para alimentar a folha salarial que sustenta

o eleitorado», dizia outro Deputado.

Srs. Deputados do PSD e do CDS, é claro que este nível de debate orçamental nos preocupa e até é um

pouco constrangedor, mas a verdade é que, por ser tão pouco polido, este debate e esta forma de debater

também é muito reveladora daquilo que o PSD e o CDS entendem do processo orçamental.

O que é que é «pura negociata comercial», Srs. Deputados?

Foi o trabalho de meses que fizemos com os cuidadores informais para termos um estatuto do cuidador

informal?! Foi o aumento das pensões em janeiro, que lutámos para conseguir?!