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I SÉRIE — NÚMERO 19

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Há património extraordinário neste País, que representa a nossa identidade nacional e que temos de

conseguir reabilitar, quer com o programa Revive, quer com outros programas de valorização patrimonial,

juntando, por exemplo, a programação artística com a valorização do património, afetando-o para outros usos

que não seja apenas o uso turístico, como a Sr.ª Deputada aqui referiu. É exatamente nessa linha que vamos

trabalhar, para cruzar a programação cultural com a valorização do património.

Posso, aliás, dar aqui como exemplo algo em que estamos a trabalhar, no âmbito de um projeto sobre o

escultor Cutileiro, precisamente para se poder receber a sua obra e o seu espólio em Évora e haver um núcleo,

única e exclusivamente, dedicado à obra deste grande escultor, núcleo esse ligado ao Museu de Évora que, a

partir de janeiro, passará a ser um museu nacional.

Portanto, é exatamente nesse cruzamento que vamos trabalhar. É o que temos de fazer, não só para reforçar

o turismo e a economia — embora também seja importante para isso —, mas também para poder reforçar outras

áreas relacionadas com o património.

Relativamente à questão da Sr.ª Deputada sobre o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática,

foram muitas as perguntas que colocou — é quase um programa de governo. Esse Centro, que referiu, vai ser

em Xabregas. A obra está em curso e esperamos poder disponibilizar o acesso a esse equipamento e reforçá-

lo com meios no primeiro trimestre do próximo ano. É, aliás, uma obra absolutamente necessária e

extraordinária. Hoje em dia, existe um património arqueológico subaquático em condições que não permitem

garantir a sua preservação e do qual ninguém pode usufruir, mas vai ser possível fazê-lo exatamente ali, em

Xabregas, onde esperamos que também seja possível criar um outro polo cultural.

Aplausos do PS e, de pé, do Deputado do PAN André Silva.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Ivan Gonçalves para uma intervenção.

O Sr. Ivan Gonçalves (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs.

Membros do Governo: Discutimos e aprovamos, hoje, o quarto Orçamento apresentado por um Governo a quem

a direita parlamentar vaticinava uma breve existência.

Discutimos, hoje, o último Orçamento do Estado desta Legislatura, o quarto Orçamento que inverte a

trajetória seguida pelo anterior Governo, de empobrecimento, de perda de direitos, de sacrifício,…

O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!

O Sr. Ivan Gonçalves (PS): — … sempre em nome de um compromisso ideológico, em nome de uma

austeridade cega que, em vez de resolver os problemas estruturais do nosso País, os agravava.

Protestos do PSD.

Em suma, Sr.as e Srs. Deputados, o quarto Orçamento de uma maioria parlamentar e de um Governo que

coloca o País e, principalmente, os portugueses como a principal prioridade política do Estado português.

Prosseguiremos, por isso, o caminho do crescimento económico, do aumento dos salários e das pensões,

do investimento em serviços públicos, com um Orçamento feito para corresponder aos legítimos anseios da

maioria e não apenas aos interesses de alguns.

Tudo isto compatibilizado com o défice orçamental mais baixo da nossa história recente e com uma nova

diminuição da dívida pública, cumprindo objetivos que a direita não só nunca conseguiu alcançar quando foi

governo, mas que ela própria afirmava como impossíveis de serem atingidos com a receita do Partido Socialista.

Afinal, existia alternativa!

Mas, a derradeira prova de que este é um caminho de sucesso são os mais de 300 mil empregos já criados

ao longo desta Legislatura; é a taxa de desemprego que caiu para metade; é o desemprego jovem que, sendo

ainda elevado, caiu consistentemente 10 pontos percentuais, desde que o Partido Socialista entrou em funções.

O nosso País ganhou um novo fôlego e uma nova confiança, que lhe permite, hoje, estar mais preparado

para enfrentar os desafios deste e dos novos tempos. Resumidamente, dizemos que Portugal, os portugueses

e, em particular, os portugueses mais jovens estão hoje melhor do que estavam há três anos.