28 DE NOVEMBRO DE 2018
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e, ainda, o reforço do quadro permanente de pessoal e dos meios para o Banco Português de Germoplasma
Vegetal e Animal.
A agricultura familiar assume uma importância estratégica para a produção nacional, para a qualidade e a
soberania alimentares, para a ocupação harmoniosa do território, para a defesa do meio ambiente, da floresta
e do mundo rural e para a coesão económica e social em vastas regiões do País.
Agora se verá quem está firmemente empenhado na defesa da agricultura familiar.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Vamos passar ao debate do artigo 146.º — Programa de
Valorização do Interior.
Tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Frexes.
O Sr. Manuel Frexes (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Portugal
é, cada vez mais, um País profundamente desigual. É com imensa penal e grande sentimento de revolta que o
digo.
Somos, hoje, um País a duas velocidades, com um interior cada vez mais despovoado, envelhecido e
abandonado em contraponto a duas áreas metropolitanas cada vez mais populosas, concêntricas e ricas.
As desigualdades acentuam-se a cada dia que passa. São desigualdades no acesso à riqueza, a bem e
serviços, desigualdades nas oportunidades.
Acreditamos que o País precisa de um plano de ação integrado, de longo alcance e com medidas drásticas
e profundas que possam inverter a tendência de empobrecimento acelerado de 75% do nosso território.
Acreditamos na criação de um estatuto para os territórios de baixa densidade, que enquadre a longo prazo as
medidas fiscais amigas do interior com as necessidades de investimento público e privado, a criação de emprego
e fixação de pessoas, apostando na desconcentração de serviços e na descentralização de atribuições.
Este caminho, que consideramos um desígnio nacional, exige um consenso alargado e empenhado de todos.
Creio que dispensamos mais anúncios e diagnósticos, políticas de fachada ou medidas de conversa fiada e do
faz-de-conta, começando pela unidade de missão e acabando na Secretaria de Estado fantasma — pese, no
entanto, o meu apreço pessoal pelo Sr. Secretário de Estado —, que nada resolvem e só fomentam a descrença
e o desânimo relativamente ao que tem de ser feito.
Esta é uma magna questão nacional que tem de ser levada a sério. Sabemos que nenhum Orçamento do
Estado pode resolver esta situação, dada a enorme dimensão do problema, mas podem ser dados sinais
positivos e encorajadores no bom sentido, sem comprometer o equilíbrio das contas públicas. Foi o que o PSD
fez com grande sentido de responsabilidade.
Apresentamos medidas de fundo, como sejam as medidas em que vocacionamos o investimento de grandes
projetos preferencialmente para as regiões mais deprimidas do País, a par de um quadro de fundos comunitários
exclusivo para as mesmas regiões e da instalação nestes locais de serviços públicos a criar.
Acreditamos que é absolutamente necessário fixar pessoas no interior e, entre as diversas medidas,
apontamos um programa Erasmus para o interior e o reforço significativo de bolsas de estudo para as instituições
de ensino superior sediadas nas regiões mais desfavorecidas.
Estas e muitas outras propostas, em sede de Orçamento do Estado, definem o nosso empenho, o nosso
propósito e o nosso compromisso.
Porque o interior também é Portugal!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Hortense
Martins, do Partido Socialista.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Assinalando estes três anos de Governo, que trouxeram esperança e confiança, assinalo também os bons