I SÉRIE — NÚMERO 22
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museológicas. Por isso, vemos como positivo o aparecimento de propostas que pretendem ver reativado o
Programa ProMuseus. É um importante apoio financeiro que contribui para a modernização e qualificação dos
museus portugueses não dependentes da administração central, que permite a melhoria das condições de
preservação dos acervos e a cooperação entre museus. Saudamos as propostas e vemo-las como pertinentes.
Por último, gostaria de dizer que não podemos deixar de afirmar que, no nosso ponto de vista, os
constrangimentos que atendem ao ANIM não se devem, essencialmente, à dotação mas, sim, à necessidade
de rever o modelo de gestão que garanta a autonomia da estrutura, uma proposta que está, neste momento, a
ser estudada pela Ministra da Cultura.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Passamos à discussão do artigo 159.º — Gratuitidade dos
manuais escolares, ao qual estão agregadas as propostas 15-C, apresentada por Os Verdes, 38-C, apresentada
pelo PCP, e 41-C, apresentada pelo Bloco de Esquerda.
A primeira intervenção cabe à Sr.ª Deputada Ana Sofia Bettencourt, do PSD. Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Ana Sofia Bettencourt (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: O PSD
pretende, como fomento ao ensino em geral, a introdução da condição de recursos, garantindo assim que 90%
dos alunos tenha acesso a manuais escolares.
Esta medida não só não descrimina alunos em função da escolha de projetos educativos como promove uma
real equidade e igualdade de oportunidades.
Apesar da falta de funcionários nas escolas públicas, da falta de técnicos para apoiar os alunos com
necessidades específicas, apesar do material informático obsoleto, a aplicação da medida da gratuitidade dos
manuais escolares é um instrumento para tornar Portugal mais justo e solidário. Contudo, a proposta que o
Governo faz não é equitativa, pois coloca em igualdade agregados familiares beneficiários da ação social escolar
e agregados familiares de escalões de rendimentos mais elevados.
A medida que o Governo propõe não promove a igualdade de oportunidades, pois não investe em meios
complementares nas escolas e também mantém o apoio parcelar e simbólico a quem beneficia da ação social
escolar, ou seja, não mitiga as condições socioeconómicas das famílias e por isso mantém e agrava as
desigualdades sociais, o que, infelizmente, tanto condiciona o sucesso educativo dos alunos.
É a correção dessa injustiça que o PSD pretende.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — De seguida, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Mesquita, do
PCP.
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governos, Sr.as e Srs. Deputados: Uma das
marcas do PCP nestes últimos Orçamentos do Estado é a existência de manuais escolares gratuitos, uma
medida que conhece agora o seu alargamento até ao 12.º ano, passando a abranger toda a escolaridade
obrigatória.
É um avanço de enorme importância para garantir a universalidade da escola pública e a sua efetiva
gratuitidade. Ao abranger mais de um milhão de alunos que frequentam a rede pública, esta é uma medida que
se traduz numa poupança de cerca de 1600 € por aluno, ao longo dos 12 anos de escolaridade.
O PCP apresenta também outras medidas que contribuem para o alívio dos encargos dos alunos e das suas
famílias, como é o caso da comparticipação para o material escolar, no âmbito da ação social escolar, em 14 €,
12 € e 10 € para os escalões A, B e C, respetivamente.
Outra proposta passa pela atribuição de verbas para o funcionamento pedagógico, por cada sala de 1.º ciclo,
destinadas à aquisição de equipamentos e materiais, com vista à dotação de recursos para a concretização das
atividades educativas e socioeducativas.
No capítulo da melhoria do processo de ensino e aprendizagem queremos levar mais longe a redução do
número de alunos por turma, num duplo sentido. Em primeiro lugar, começar a redução do número de alunos