28 DE NOVEMBRO DE 2018
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contrato local de segurança de Serpa, a outros concelhos que apresentam fluxos atípicos de emigração
associada ao trabalho sazonal.
Pretende-se desta forma reforçar a prevenção e o combate ao tráfico de seres humanos, em concreto para
fins de exploração laboral, no quadro final do Programa MAI Município e MAI Cidadão. Os dados revelam que,
em termos europeus, esta prática está a aumentar e que as vítimas têm dificuldade em sair de uma situação por
medo de retaliação das redes de tráfico e com receio de serem deportadas. Os homens são as principais vítimas,
mas também há mulheres e crianças que são exploradas em áreas como a agricultura, a construção e as pescas.
Portanto, a articulação com os municípios e com o Observatório do Tráfico de Seres Humanos, no âmbito da
Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não-Discriminação — Portugal + Igual, é essencial. Esta estratégia de
proximidade muito poderá contribuir para a prevenção atempada de situações de tráfico, com vista à sua deteção
precoce e irradicação.
Não posso deixar de referir a recente campanha lançada pelo Governo no passado dia 18 de outubro,
«Podias ser tu», com vista à prevenção e ao combate destas novas formas de escravatura dos tempos
modernos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Passamos, agora, ao debate do artigo 158.º — Plano de
intervenção na Fortaleza de Peniche, com a agregação das propostas 223-C, apresentada pelo PCP, e 445-C,
apresentada pelo Bloco de Esquerda.
Para uma intervenção no âmbito desta discussão, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Campos, do Bloco de
Esquerda.
O Sr. Jorge Campos (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: O Bloco de
Esquerda apresenta três propostas de alteração ao artigo 158.º.
Em primeiro lugar, a reativação do Programa ProMuseus, que foi suspenso pelo Governo da direita e que
deixou em sérias dificuldades os museus não dependentes da administração central.
Por outro lado, o apoio às salas de cinema, de arte e ensaio, que começam, aliás, a impor-se um pouco por
todo o País e que dão um contributo decisivo para a criação de um público cinéfilo, o que tem que ver,
naturalmente, com a literacia visual.
Finalmente, pedimos um financiamento adicional para o Arquivo Nacional das Imagens em Movimento
(ANIM), com o intuito de salvaguardar um património inestimável, o das imagens em movimento,
designadamente o Arquivo da RTP. O que propomos é razoável, são medidas para reforçar o serviço público de
cultura, na convicção de que há medidas que têm de ser tomadas já por forma a salvaguardar o património
comum do futuro.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Ainda para uma intervenção neste ponto, tem a palavra a Sr.ª
Deputada Carla Sousa, do Partido Socialista.
A Sr.ª Carla Sousa (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Proteger, valorizar
e qualificar o património cultural têm sido palavras-chave nas ações programáticas deste Governo.
Estas são tarefas que requerem uma atenção constante e um orçamento que permita não só reverter a
degradação a que o património cultural foi votado no período da governação PSD/CDS-PP, mas também
possibilitar a capacitação de projetos e parcerias que desenvolvam políticas museológicas, como é o caso do
Museu da Resistência em Peniche. É nesta perspetiva que temos trabalhado ao longo destes três anos e à qual
daremos continuidade em 2019, reforçando em 20%, face a 2018, o orçamento da Direção-Geral do Património
Cultural e das direções regionais de cultura, um crescimento consistente com as necessidades de gestão e de
programação dos museus e dos monumentos nacionais.
Estamos conscientes de que é necessário persistir no trabalho de valorização e de qualificação da Rede
Portuguesa de Museus, tornando mais eficaz a descentralização de recursos e a promoção das boas práticas