I SÉRIE — NÚMERO 23
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O Sr. DuartePacheco (PSD): — Sr. Presidente, gostaríamos, então, de alterá-lo para abstenção.
O Sr. Presidente: — Muito bem, fica registado. Não altera o resultado da votação.
Peço ao Sr. Vice-Presidente Jorge Lacão o favor de assumir a presidência neste terceiro ponto da ordem do
dia.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Jorge Lacão.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, passamos ao terceiro ponto da ordem do dia, com a continuação da
discussão, na especialidade, da Proposta de Lei n.º 156/XIII (4.ª) (GOV) — Aprova o Orçamento do Estado para
2019.
Tal como as bancadas parlamentares estão informadas, vamos prosseguir o debate, agora, no âmbito do
Capítulo III — Impostos locais —, com o artigo 228.º — Alteração ao Código do Imposto Municipal sobre Imóveis.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, o adicional ao IMI sobre o património de luxo é aquela
medida que o PSD e o CDS diziam que ia afetar a classe média — lembram-se? Atingiu menos de 16 000
contribuintes com património superior a 1 milhão de euros.
É a medida que, diziam, levaria à fuga do investimento externo. Só que não. Revelou-se, em vez disso, uma
medida muito justa que garantiu o financiamento da segurança social.
Por isso, o que propomos é tão-só o agravamento de meio ponto percentual para património imobiliário com
valor tributário acima de 2 milhões de euros.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos, do PCP.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, propomos um novo escalão do adicional ao
IMI sobre o património de valor mais elevado e propomos a redução dos encargos com a habitação para as
famílias através da redução da taxa do IMI para 0,4%.
As dificuldades no acesso à habitação no nosso País exigem uma determinante intervenção do Estado e
neste Orçamento trouxemos propostas para reforçar o investimento na habitação. Propusemos que o Estado
assuma a sua responsabilidade no realojamento, assegurando integralmente o financiamento para atribuir uma
habitação condigna às famílias que residam em habitações precárias. Propusemos o reforço da verba do
programa Porta 65 Jovem, para que os jovens que cumpram os critérios de atribuição de apoio não sejam
excluídos por não haver verba. Propusemos que as indemnizações por despejo, já previstas na lei, não sejam
tributadas em sede de IRS.
Na política de habitação, não são precisos incentivos fiscais a grandes proprietários e a fundos imobiliários.
Alguém acha que os fundos imobiliários e especulativos iriam prescindir de lucrar alguns milhões de euros para
receber somente alguns euros, caso as propostas do PSD e do BE fossem aprovadas? Obviamente que não!
Não se combate a especulação imobiliária por via de incentivos fiscais. O que é preciso na habitação é uma
intervenção direta do Estado na promoção e disponibilização de habitação pública para dar resposta às
carências habitacionais.
A habitação cumpre uma função social e, como tal, deve ter como utilização prioritária suprir necessidades
habitacionais.
Combate-se a especulação imobiliária através da adoção de uma política de solos, de arrendamento, de
disponibilização de habitação pública, onde o Estado tem um papel determinante e direto na resolução dos
problemas.
Aplausos do PCP.