I SÉRIE — NÚMERO 25
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desenvolvimento sustentável e a chave para o sucesso na execução de planos urbanísticos e outros
instrumentos de ordenamento do território.
Terminando, gostava de deixar a ideia de que a aprovação de documentos como este do PNPOT, tal como
acontece com a aprovação de PDM (planos diretores municipais) ou de outros planos urbanísticos, é um
momento de reinício de um caminho, uma espécie de regresso à casa de partida.
Por isso, aquilo que se deseja para a vida deste PNPOT renovado, apontando para uma nova década, é que
saia do papel e que as suas ideias e os seus objetivos passem para ações no território, pensadas e discutidas
com a participação dos cidadãos, desenvolvidas de forma transparente, que tragam resultados e contribuam,
realmente, para a valorização do território e para a qualidade de vida dos cidadãos.
Aplausos do PS
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado José
Carlos Barros, pelo PSD.
O Sr. José Carlos Barros (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, Sr.ª Secretária de Estado de Ordenamento
do Território e da Conservação da Natureza, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Sr.as e Srs.
Deputados: A versão do PNPOT, hoje em debate, não podia deixar de ficar marcada pelos erros de orientação
política refletidos na resolução do Conselho de Ministros que em agosto de 2016 determinou o início deste
processo: por um lado, por não compreender, desde logo, as profundas mudanças, em diferentes domínios,
ocorridas desde a aprovação do PNPOT ainda em vigor, em 2007; por outro lado, com o Governo a adotar uma
visão centralista, colocando o foco no, cito, «fortalecimento do papel das duas áreas metropolitanas do País na
estruturação do sistema urbano nacional».
Desde o primeiro momento, o PSD identificou e denunciou esta orientação, procurando influenciar alterações,
que, de facto, foram acontecendo.
Vejamos: a resolução de 2016 dizia que «se mantinham no essencial os objetivos e orientações estratégicas»
do PNPOT de 2007, porque não tinham ocorrido mudanças significativas; agora, afinal, a ênfase vai para a
«dimensão e substância» das mudanças que ocorreram — tendo-se, a meio do percurso, passado do processo
de simples alteração, a concluir tecnicamente em 12 meses, para um processo de revisão, cuja proposta, hoje,
28 meses depois, estamos a debater.
É assim também com um dos cinco desafios territoriais que esta versão do PNPOT agora nos apresenta: a
promoção de, cito, «um sistema urbano policêntrico» — o PSD já tinha insistido com isto, Sr. Ministro —, quando
na resolução de 2016, ou seja, o ponto de partida de todo este processo, a formulação era, em exclusivo, a do
«fortalecimento do papel das duas áreas metropolitanas». Ou seja, uma espécie de descentralização ao
contrário.
Nós achamos que estas mudanças — que, aliás, o PSD procurou influenciar — foram caminhando no bom
sentido, aliás, no quadro geral do trabalho competente das equipas técnicas e de coordenação científica que
nos apraz registar. O problema é político e o problema é que foi feito tarde, como quase sempre acontece
quando mal se começa.
O problema é que esta deriva, esta tensão, também de ordem temporal, acabou por se refletir em
desfasamentos relativamente ao debate dos fundos comunitários e das grandes opções de investimento e numa
dificuldade de passar do enunciado de boas intenções do plano para a sua efetiva territorialização, identificando
as infraestruturas, as redes e os instrumentos que as corporizem.
Dito isto, Sr. Ministro, o PSD, na especialidade, mais do que insistir nas fragilidades que subsistem, não
deixará de contribuir para as alterações adequadas em favor de um PNPOT de que o País tanto precisa,
operativo e, como se deseja, assegurando princípios de coesão e de equidade social e territorial.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Álvaro
Castello-Branco, pelo CDS-PP.