I SÉRIE — NÚMERO 31
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Protestos do BE.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o tempo de que dispunha. Peço-lhe que termine.
O Sr. Rui Silva (PSD): — Vou já terminar, Sr. Presidente.
O que aqui está em causa, Sr.as e Srs. Deputados, é o respeito pela nossa história, pelos deficientes das
Forças Armadas, pelos militares e suas famílias, que exigem que este Governo possibilite ao IASFA o
cumprimento das transferências financeiras para o HFAR, sob pena de um Governo do Partido Socialista, com
o apoio das esquerdas radicais, não poder glosar o slogan que tanto gostam de proferir, mas nunca de
concretizar: «Cumpra-se Abril!»
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, pelo Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra o Sr. Deputado
Miguel Coelho.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Coelho (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As minhas primeiras palavras, em nome
da bancada do Partido Socialista, são, naturalmente, para saudar os peticionários e dizer-lhes que o Partido
Socialista tem o maior dos respeitos e a maior das considerações e todo o País é naturalmente devedor do
enorme serviço que as Forças Armadas prestaram e prestam ao País, e continuaremos sempre disponíveis para
convosco trabalharmos para encontrarmos as soluções possíveis, as soluções que forem adequadas.
No que respeita ao projeto de resolução do Bloco de Esquerda, o Partido Socialista não o pode acompanhar.
Importa aqui referir — e, porventura, isso foi omisso na intervenção anterior — que o Hospital Militar Principal,
na Estrela, foi cedido e foi vendido em 2015 pelo, então, Governo à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. E é
muito mais fácil destruir do que, depois, repor, também é bom que se diga isto. É muito mais fácil destruir o
Serviço Nacional de Saúde do que, depois, repor os serviços que foram destruídos.
O Estado já recebeu, por esta venda, uma quantia avultada e parece-nos que a Santa Casa da Misericórdia
de Lisboa, que agora tem esta unidade hospitalar, vai lá instalar uma unidade de cuidados intensivos e
continuados de serviços pediátricos, relativamente aos quais, entendemos, poderá estar disponível para
protocolar com as Forças Armadas uma parceria nesse sentido.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Foi a prenda de Natal, destruir o SNS!
O Sr. João Vasconcelos (BE): — Quantos milhões?!…
O Sr. Miguel Coelho (PS): — A venda do Hospital Militar à Cruz Vermelha foi, efetivamente, revertida, mas
está em processo de cedência à Câmara Municipal de Lisboa, também para uma unidade de cuidados
continuados, e sabemos que o município de Lisboa está disponível para protocolar com o Ministério da Defesa
uma parceria, para que os combatentes das Forças Armadas possam também usufruir deste hospital.
O IASFA tem de ter sustentabilidade e entendemos que, no atual quadro de recursos humanos e financeiros,
não é possível ir mais longe. Porventura, no futuro, assim será, mas, neste momento, não é possível ir mais
longe. De maneira que, na nossa perspetiva, também não podemos acompanhar esta proposta do Bloco de
Esquerda.
Por último, queria referir que o polo de Lisboa do Hospital das Forças Armadas, situado no mesmo local do
antigo Hospital da Força Aérea, é um polo de excelência, uma unidade de grande qualidade que serve mais de
30 valências médicas, naturalmente ao serviço de todos os militares e utentes dos hospitais das Forças
Armadas.
Em conclusão, o Partido Socialista continuará disponível para trabalhar com seriedade junto dos peticionários
e utentes dos hospitais das Forças Armadas para se irem encontrando as melhores soluções. Porém, no quadro
atual, não pode mesmo acompanhar este projeto de resolução.