21 DE DEZEMBRO DE 2018
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Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, pelo Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado
Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Grupo Parlamentar do Partido
Comunista Português quer começar por saudar os peticionários e salientar três ou quatro aspetos da sua
petição, que importa destacar.
O primeiro aspeto salientado pelos peticionários é o da falta de cuidados continuados para os nossos
militares, um grave problema, e a falta de respostas e de acompanhamento em relação a esta realidade concreta
que queremos aqui destacar.
Também é referido na petição, e importa destacá-lo, que as Forças Armadas, no âmbito da fusão dos
hospitais militares, perderam cerca de 400 camas de internamento, o que constitui uma perda de reserva e
capacidade de resposta por parte da instituição militar para os seus próprios problemas, isto é, para responder
aos militares e ex-militares que têm necessidade desses cuidados continuados.
Salientam também os peticionários outros dois aspetos fundamentais. O Hospital Militar de Belém foi cedido
à Cruz Vermelha e, agora, o PSD vem criticar essa mesma opção, sabendo que é responsável por esse
problema que foi criado.
Protestos do Deputado do PSD Rui Silva.
E foi cedido à Cruz Vermelha, por 25 anos, com o compromisso de ser criada uma unidade de cuidados
continuados, que não existe.
O segundo aspeto é que o Hospital Militar Principal foi cedido à Santa Casa da Misericórdia, através de um
acordo entre o seu Provedor, Santana Lopes, e o ex-Ministro da Defesa, Aguiar Branco, dois conhecidos
militantes do PSD —…
Protestos do PSD.
… um, de facto, já não é do PSD, é do Aliança, mas, na altura, estes dois responsáveis eram do PSD —,
tendo sido, depois, vendidas as instalações do Hospital Militar Principal à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
E, isto, com o objetivo de criar o quê? Uma unidade de cuidados continuados e paliativos, que também não
existe, como salientam os peticionários, e muito bem.
Portanto, há, aqui, dois aspetos que queremos destacar, um dos quais é a questão do IASFA, que importa
resolver. De facto, quem lê a petição percebe que há dois problemas fundamentais, que foram criados pela ação
do Governo PSD/CDS: o primeiro é que a fusão da ação social complementar com a assistência na doença aos
militares, no âmbito do IASFA, é um desastre que importa reverter. E os Srs. Deputados sabem que nós temos
vindo a alertar para a necessidade de separar a ação social complementar da assistência na doença aos
militares, do IASFA, separando os campos.
Por outro lado, a fusão dos hospitais militares foi um desastre, promovido pelo PSD e que agora estamos a
pagar bem caro. E, agora, há um problema de resolução difícil, uma vez que esses negócios foram feitos com
a Cruz Vermelha Portuguesa e com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Assim, pergunto aos Deputados
do PSD se têm uma solução para os reverter, pois esses negócios criaram um problema aos militares
portugueses.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, ainda sobre esta matéria, tem a palavra o Sr. Deputado João
Rebelo, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.
O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Pedindo escusa ao Bloco de
Esquerda, vou concentrar a minha intervenção na petição, que foi a primeira a dar entrada.