11 DE JANEIRO DE 2019
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A Sr.ª Laura Monteiro Magalhães (PSD): — Os relatórios da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos
e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), assim como os relatórios da Caraterização da Situação de
Acolhimento, os CASA, realçam a necessidade de dar especial atenção às abordagens técnico-educativas para
que estas respondam às necessidades particulares e individualizadas dos sujeitos envolvidos.
Estes relatórios manifestam, ainda, a importância de implementar dispositivos que valorizem a cooperação
entre os agentes sociais, onde a intervenção tem de estar mais direcionada para as práticas com as famílias.
É preciso capacitar e otimizar a práxis nas diversas valências sociais, incentivando e apoiando as práticas
mais adaptadas e voltadas para a interação com as famílias; é preciso rever a missão e a estrutura organizativa
das instituições face às atuais necessidades; é preciso operacionalizar a especialização das instituições de
acolhimento, que está contemplada na lei; é preciso diferenciar perfis de atuação; é preciso investir de forma
continuada na formação e na capacitação dos cuidadores, o que não tem merecido especial atenção; e, de uma
vez por todas, é preciso apoiar a implementação do acolhimento familiar.
Portugal tem uma boa lei, mas precisa de mais ação, de uma ação que responda às necessidades
individualizadas de cada família.
Não podemos permitir que continuemos refugiados na premissa de que não há meios. Se não há meios,
então vamos criar as condições para que eles possam existir.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Laura Monteiro Magalhães (PSD): — O desafio da mudança de paradigma necessita da cooperação
das diferentes entidades envolvidas e a ciência tem de estar de mãos dadas com todo o processo e tem de ser
a âncora do sistema de promoção e proteção.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira, do Grupo
Parlamentar do PCP.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Importa neste debate sobre este projeto de
resolução do PSD que este partido clarifique o que pretende, efetivamente, com esta proposta.
O PSD apresenta esta iniciativa referindo, no seu preâmbulo, a necessidade da capacitação de profissionais
que atuem na área da promoção e proteção de jovens em risco ou em perigo, até no sentido de intervir na
promoção das competências parentais e num conjunto de contextos familiares destas crianças e jovens.
Importava perceber bem o que é que o PSD pretende com esta proposta, porque a melhoria e a formação
contínua destes profissionais ou a atualização da sua formação são da responsabilidade das entidades para as
quais estes profissionais trabalham. Se, por exemplo, os técnicos das CPCJ (comissões de proteção de crianças
e jovens) precisam de atualizar ou melhorar a sua formação, é da responsabilidade dessa entidade promover a
sua formação; se a questão é o financiamento ou são as condições financeiras das CPCJ para garantir essa
formação, então é necessário reforçar o financiamento das CPCJ para que essa formação seja garantida; se há
profissionais das instituições de ensino superior, nomeadamente as públicas, que intervêm nesta área e
precisam de melhorar a sua formação, então trate-se do reforço de financiamento do ensino superior público,
porque é, aliás, essa a responsabilidade do Estado.
O PSD, nesta iniciativa, propõe uma verba especial de financiamento para instituições de ensino superior.
Mas que instituições, Sr.ª Deputada? Instituições públicas ou instituições privadas? E quais são as instituições
que estão na resolução especialmente vocacionadas para estas áreas?
O PSD precisa de dizer ao que vem quando refere a avaliação da qualidade, a monitorização ou a
implementação de programas de ação.
Quer o PSD dizer que, com esta verba especial de financiamento, as instituições de ensino superior vão
avaliar a qualidade, vão monitorizar…
A Sr.ª Laura Monteiro Magalhães (PSD): — Claro!