I SÉRIE — NÚMERO 37
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A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — … e vão programar a ação do sistema de proteção e de promoção das
crianças e jovens? É isso?
A Sr.ª Laura Monteiro Magalhães (PSD): — É!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — É isso que o PSD pretende com esta resolução?
A Sr.ª Laura Monteiro Magalhães (PSD): — É!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Era preciso que o PSD dissesse, exatamente, e com todas as letras, o que
pretende, porque, neste momento, nada há que obste à cooperação entre as instituições do ensino superior,
nomeadamente as públicas, e o sistema de promoção e de proteção das crianças e jovens em risco.
Se há um problema, nomeadamente nas instituições públicas de financiamento, faça-se, então, o reforço do
seu financiamento, como o PCP tem proposto várias vezes nesta Assembleia da República, mas contra o que,
curiosamente, o PSD tem votado contra.
É preciso, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que o Estado assuma em pleno a sua responsabilidade,
constitucional até, de acompanhamento e de intervenção junto das crianças e jovens em risco e das suas
famílias em todos os contextos nos quais estas crianças e jovens se desenvolvem.
É preciso reforçar os meios das CPCJ, como o PCP tem defendido várias vezes, mas, relativamente à última
iniciativa aqui apresentada pelo PCP, o PSD votou contra.
Também é preciso também reforçar os meios da segurança social, aliás, uma segurança social depauperada.
Uma depauperação pela qual o PSD e o CDS têm especial responsabilidade.
O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Termino mesmo, Sr. Presidente.
O que não é preciso é entregar mais verbas a instituições de ensino superior privado. É isso que o PSD
pretende, efetivamente, com esta proposta que nos apresenta.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP, tem a palavra o Sr.
Deputado Filipe Anacoreta Correia.
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Quero,
antes de mais, cumprimentar a Sr.ª Deputada Laura Magalhães e o Partido Social Democrata pelo agendamento
desta iniciativa e dar conta que tomámos nota de várias das matérias a que fez alusão na sua intervenção e que
refletem uma preocupação que tem sido partilhada nesta Assembleia da República sobre esta área de apoio e
de resposta às necessidades das crianças, dos jovens e das famílias em risco.
Partilho, pois, aquilo que aqui foi dito a esse propósito, nomeadamente as preocupações mais uma vez
manifestadas sobre a importância do acolhimento familiar e do quanto caminho que ainda temos de fazer nessa
matéria. Aliás, esperamos que, na próxima semana, tenhamos oportunidade de aprofundar esse debate, a
propósito de um agendamento do CDS.
Sr.ª Deputada, em relação à iniciativa que aqui nos traz, devo dizer que, da nossa parte, consideramos que
mal não faz, mas manifestamos algumas reservas relativamente ao caminho protagonizado.
Senão, vejamos: o PSD anuncia ou formula dois diagnósticos. Por um lado, a necessidade de as famílias em
situação de risco psicossocial terem cada vez mais apoio, face às dificuldades que enfrentam, nomeadamente
na promoção das capacidades parentais e da convivência familiar. É um diagnóstico certíssimo.
Depois, diz-se ainda que, no âmbito do sistema das CPCJ e do relatório Casa — Relatório de Caracterização
Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens, cada vez se evidencia mais que o apoio profissional
às famílias nesta situação tem maiores exigências em termos profissionais e em termos científicos. Portanto,