I SÉRIE — NÚMERO 45
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Nesse sentido, as tarefas que temos pela frente e a reta final que temos para concluir, de facto, exigem da
Assembleia da República e dos membros desta Câmara o respeito e também o empenho para alcançarmos,
com sentido de responsabilidade, uma salvaguarda da República e da democracia.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, a Mesa registou a inscrição, para
pedir esclarecimentos, de quatro Srs. Deputados.
Como deseja responder?
O Sr. PedroDelgadoAlves (PS): — Sr. Presidente, respondo aos pedidos de esclarecimento dos dois
primeiros Srs. Deputados e depois aos outros dois Srs. Deputados.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, então, a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado José
Manuel Pureza, do Bloco de Esquerda.
O Sr. JoséManuelPureza (BE): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, Sr. Deputado Pedro
Delgado Alves, a declaração política que fez em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista versa,
evidentemente, sobre um assunto da maior importância, não temos qualquer dúvida sobre isso.
Na verdade, como procurou enfatizar, e creio que bem, a corrupção é, seguramente, um dos inimigos
principais das sociedades democráticas e, portanto, devemos e temos a obrigação, enquanto Parlamento, de a
combater com os meios legislativos e operacionais que sejam eficazes, dentro do quadro do Estado de direito.
Vale a pena sublinhar que, no passado recente, se deram passos importantes nesta matéria. E quero
sublinhá-lo neste momento lembrando, por exemplo, a recente legislação, que foi aprovada, em matéria de
limitação do sigilo bancário, por iniciativa do Bloco de Esquerda. Durante quantos anos aqui apresentámos essa
proposta? Durante quantos anos é que a sua bancada, a do PSD, e a do CDS colocaram entraves a que se
viesse a aprovar aquilo que realmente, em boa hora, se veio a aprovar em matéria de limitação do sigilo
bancário? Mas ainda ficamos aquém das respostas necessárias.
Lembro a proposta que o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda aqui apresentou recentemente, sobre a
eliminação dos vistos gold, que, consabidamente, se trata de um instrumento altamente apetecido pelos autores
de crimes de corrupção para branquearem esses crimes. Ainda não demos esse passo, mas, da nossa parte,
não desistiremos de que esse passo venha a ser dado.
O Sr. Deputado, e bem, invocou o trabalho que está a ser feito na Comissão Eventual para o Reforço da
Transparência no Exercício de Funções Públicas. Acompanhamo-lo, evidentemente, nesse sublinhado. Estão
em discussão projetos vários. Quero lembrar que o Bloco de Esquerda apesentou projetos que versam,
designadamente, sobre a exclusividade do exercício da função de Deputado, sobre a criminalização do
enriquecimento injustificado, sobre a criação de uma entidade da transparência que, do ponto de vista
institucional, reforce o necessário combate nesta matéria.
A primeira pergunta que queria deixar, Sr. Deputado, é a de saber se o Partido Socialista acompanha ou não
esta proposta de criação de uma entidade que resuma, que seja o topo do «edifício» do ponto de vista
institucional nesta matéria.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. JoséManuelPureza (BE): — Termino, Sr. Presidente, colocando uma última pergunta.
O Sr. Deputado referiu-se, e bem, ao encerramento dos trabalhos desta Comissão e eu pergunto se o Partido
Socialista, tal como o Bloco de Esquerda, se empenhará para que, até março, tenhamos uma decisão final por
parte desta Comissão com soluções eficazes para o combate à corrupção.
Aplausos do BE.