I SÉRIE — NÚMERO 45
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Mas, mais do que falar, Sr. Deputado, é preciso agir e o PS tem sido muito pródigo a falar, mas muito parco
a agir — aliás, é a segunda vez que o Sr. Deputado traz este tema a Plenário; pelo menos, há um ano trouxe
este tema, mas até agora nada aconteceu.
O CDS está agora, como estava há dois anos, absolutamente pronto para aprovar todas as normas sobre a
transparência e é preciso que o Partido Socialista esteja disposto a fazê-lo também.
De parlatório, Sr. Deputado, já estamos todos francamente cansados e era importante que, desta vez,
passássemos à ação.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Mas, mais grave do que isso, Sr. Deputado, tudo o que fizermos
na comissão da transparência será absolutamente inconsequente se não dotarmos o País de meios — e meios
é o que nos falta. Muito mais do que leis, faltam-nos meios para atender a todas as circunstâncias. E o PS tem
estado absolutamente indisponível para tratar dos meios. Sr. Deputado, ainda hoje é notícia, como já era há um
ano, que a PJ (Polícia Judiciária) está completamente depauperada e não tem meios para investigar, há
investigações criminais paradas por falta de recursos humanos.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Atenção ao tempo, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Termino já, Sr. Presidente.
Portanto, a pergunta é simples: o PS está ou não disponível não só para falar mas para passar à ação e
dotar o sistema dos meios absolutamente essenciais que, neste momento, não existem? E não me responda,
Sr. Deputado, espero, que os meios já foram reforçados, como tem sido anunciado ad nauseam, porque, como
sabe, e sabe tão bem como eu, não há, efetivamente, no terreno os meios necessários para o combate à
corrupção.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, tem a palavra para responder.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, muito obrigado pelas questões
colocadas.
Permitam-me concordar com uma afirmação que o Sr. Deputado Álvaro Batista fez, a de que contra factos
não há argumentos.
Então, vamos a eles.
Sr. Deputado, Lei n.º 83/2017, relativamente à matéria de branqueamento de capitais; Sr. Deputado,
legislação sobre controlo de montantes que podem ser transportados em numerário; Sr. Deputado, legislação
sobre obrigações de comunicação à administração fiscal e o sistema bancário; Sr. Deputado, legislação sobre
valores mobiliários ao portador; Sr. Deputado, legislação sobre meios de pagamento; Sr. Deputado, transposição
de diretivas em matéria de cooperação judiciária; Sr. Deputado, legislação relativa ao congelamento de bens
apreendidos no contexto de investigações relacionadas com a corrupção; Sr. Deputado, avaliação do relatório
GRECO todos os anos, que continua a evidenciar matérias em falta, mas também sublinha todos os passos
dados adicionalmente.
Portanto, não me pergunte o que é que o Partido Socialista ou o Governo têm feito sem previamente verificar
se, efetivamente, fizeram.
Aplausos do PS.
O único exemplo que foi capaz de dar neste debate foi a referência ao passado e o passado, volto a recordar,
tem a mancha das declarações de inconstitucionalidade de propostas de criminalização «para inglês ver», que,
na verdade, são populistas, são desestruturantes de princípios basilares do Direito Penal e do Direito Processual