31 DE JANEIRO DE 2019
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O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço que conclua, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Para concluir, Sr. Presidente, queria dizer que o CDS foi o primeiro
a propor estas medidas que, teimosamente, não saem do papel.
Sr.ª Deputada, a minha pergunta é muito simples: o que é que o Bloco de Esquerda, que apoia este Governo,
pode fazer mais para que isto não suceda?
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Estamos a fazer agora!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Porque falar do problema insistentemente sem que nada aconteça
é exatamente aquilo que não pode suceder, Sr.ª Deputada.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Portanto, se apoia este Governo e se está com este Governo, faça
mais. É esse o seu papel!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vocês votaram contra!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder aos pedidos de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª
Deputada Sandra Cunha.
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Sr. Presidente, ninguém tem a exclusividade destas questões, e ainda bem
que assim é.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Discordar de soluções jurídicas é perfeitamente compreensível e
perfeitamente aceitável e é disso mesmo que se faz a democracia, mas, para isso, também seria necessário
que estivessem em cima da mesa as tais soluções jurídicas.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Que nós apresentámos!
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — E aquelas que estão em cima da mesa são as que o Bloco de Esquerda
apresentou.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — É isto que temos estado a fazer, Sr.ª Deputada Vânia Dias da Silva: a insistir
e a apresentar as propostas contra as quais o seu grupo parlamentar votou, as propostas sobre a violência
doméstica e as propostas sobre a violação.
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Não é verdade!
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Aquilo de que se está aqui a falar é precisamente de harmonizar o nosso
ordenamento jurídico com a Convenção de Istambul, a qual, aliás, Portugal se comprometeu a cumprir quando
a ratificou. Aquilo que foi feito foi uma transposição parcial da Convenção de Istambul para o nosso ordenamento
jurídico e o que ficou por fazer é o que permite, hoje, que continuem a ficar impunes os agressores de violência
doméstica e os agressores de violação.