8 DE FEVEREIRO DE 2019
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A Sr.ª Susana Amador (PS): — Obrigada pela atenção, Sr. Presidente.
Em relação à revisão da Lei Orgânica do Instituto dos Registos e Notariado e do modelo de funcionamento
dos serviços, estima-se que, até final do segundo trimestre de 2019, o processo esteja encerrado e o respetivo
diploma publicado.
Sublinhe-se que são processos que implicam a atualização e modernização de estatutos e modelos de
funcionamento com 28 anos, ou seja, são processos sempre complexos, mas não deixámos de o fazer.
Agora, a direita vem instar-nos a revê-los — e muito bem —, mas estes mesmos processos não mereceram
qualquer ação ou desenvolvimento durante a sua governação.
Por isso, as propostas apresentadas neste projeto de resolução, hoje em discussão, no sentido de rever a
legislação e de resolver a situação dos adjuntos de conservador, estão, como referi, já ultrapassadas e são
extemporâneas.
Quanto aos meios humanos e materiais, registe-se que quer o Instituto, quer o Ministério da Justiça têm
garantido o pleno funcionamento destes serviços e a prestação do competente serviço público, que nunca foi
colocado em causa.
Esses recursos materiais estão, aliás, também espelhados no plano de qualificação e modernização do
edificado, que visa melhorar as condições de trabalho, instalações, equipamentos e condições de atendimento.
Foram, ao mesmo tempo, desenvolvidas ações de reforço da capacidade de resposta tecnológica dos
serviços de registo, designadamente com a aquisição de equipamento informático, para renovação ou
substituição do existente.
No que diz respeito aos recursos humanos, convém referir que, apesar dos constrangimentos que temos
desde 2008 em toda a Administração Pública, em matéria de contratação de pessoal, as questões têm sido
resolvidas com recurso às figuras da mobilidade, da acumulação de funções ou das substituições.
É referido no projeto de resolução do PSD que falta um conservador em Ponte da Barca, sendo esta questão
muito evidenciada. Convém, no entanto, referir que o Instituto garantiu sempre a presença, ininterrupta, de um
conservador neste serviço, estando, desde o dia 1 de novembro de 2018, o lugar ocupado pela respetiva titular.
Por isso, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, a reforma da justiça continua a ser um dos principais desafios
do Partido Socialista, tendo em conta a importância deste setor para a confiança dos cidadãos e agentes
económicos na justiça e no Estado.
Quanto aos registos e notariado, a sua reestruturação, o desenvolvimento de serviços mais cómodos, mais
modernos e mais simples, está a ser efetivada, por forma a termos o exercício de direitos dos cidadãos e das
empresas cada vez mais potenciado, uma vez que são determinantes nesse desafio permanente de mais e
melhor justiça!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, em nome do Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda, a Sr.ª Deputada Sandra Cunha.
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas: O Instituto dos Registos e
Notariado presta um serviço não só de enorme importância a todos os cidadãos, a todas as cidadãs e empresas,
mas também essencial ao normal funcionamento da vida das pessoas e das empresas. Sem estes serviços,
prestados na área da identificação, do registo e do notariado, a situação seria insustentável.
Mas estes serviços e estes trabalhadores enfrentam uma série de problemas que continuam por resolver.
É uma realidade que não é de agora e, logo no início desta Legislatura, o Bloco de Esquerda apresentou um
projeto de resolução para a retoma urgente das negociações de acordo coletivo de empregador público para
este setor, projeto contra o qual o PSD votou. Mas ainda bem que agora resolve juntar-se a esta causa.
Falamos, essencialmente, de cinco problemas, que nos são reportados continuamente pelos trabalhadores
destes serviços de registos e notariado.
Primeiro problema: estão ainda em falta os cinco diplomas de regulamentação dos concursos externos para
ingresso na carreira, de regulamentação dos concursos internos, de adaptação do SIADAP (Sistema Integrado
de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública) às carreiras de conservador e oficial de
registos, da nova lei orgânica e, ainda, do novo sistema remuneratório. São obrigações do Governo, constantes