I SÉRIE — NÚMERO 52
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O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, queria pedir que terminasse.
O Sr. Fernando Anastácio (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente.
No entendimento do Grupo Parlamentar do PS, a aprovação desta proposta irá permitir recolher informação
de uma forma agregada, conseguindo-se, assim, grandes ganhos de eficácia e eficiência na forma encontrada,
dando-se um avanço significativo no tratamento e na melhoria da Administração Pública e da informação
disponibilizada.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A próxima intervenção cabe ao Sr. Deputado Pedro Filipe Soares,
do Bloco de Esquerda.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O
Bloco de Esquerda acompanha, na generalidade, as intenções da proposta de lei do Governo porque,
claramente, maior informação sobre o Estado permite-nos ter maior capacidade para tornar as políticas públicas
mais eficazes, mas também nos permite ter uma melhor perceção da realidade concreta para podermos
trabalhar sobre a qualidade do emprego público. Por isso, do nosso ponto de vista, qualquer passo dado nesse
sentido é um passo positivo.
Não ficamos é apenas e só pelas estatísticas, porque, enquanto outros grupos parlamentares parece ter
como única vontade o conhecimento do Estado para pensarem sobre ele mas excluir desse pensamento os
direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras do Estado, nós consideramos que este instrumento é importante
para combater a precariedade ainda existente na Administração Pública para garantir que os direitos dos
trabalhadores, como o direito ao tempo de serviço das suas situações profissionais alcançadas na Administração
Pública, devem ser claramente respeitados. Por isso, ao pensarmos o Estado e as políticas públicas, esse
pensamento não deve abstrair-se dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras da Administração Pública,
que são eles e elas, com a sua dedicação, que constroem o Estado no nosso País.
Para nós, essa é uma matéria importante e, por isso, Sr.ª Secretária de Estado, queremos dizer-lhe, olhos
nos olhos, que não nos ficámos por questões administrativas, é importante que o Governo dê sequência às
justas reivindicações dos trabalhadores do Estado e às negociações que o Governo tem teimado em protelar
ou, muitas vezes até, concluir de forma errada.
Um segundo aspeto que gostaríamos de lhe perguntar é se o Governo contempla, tendo em conta a abertura
que manifestou para o debate, na especialidade, desta proposta de lei, incorporar as pertinentes indicações que
a Comissão Nacional de Proteção de Dados deixou no parecer que enviou à Assembleia da República. Sabemos
que o Governo dirá, como diz muitas vezes o Sr. Primeiro-Ministro — lavando as mãos da discussão, na
especialidade, das iniciativas —, que é à Assembleia da República que cabe fazer o que lhe compete. Nós
sabemos disso e, pela nossa parte, não deixaremos de colocar em cima da mesa a questão da necessária
proteção dos dados pessoais dos trabalhadores da Administração Pública; no entanto, da parte do Governo,
também gostaríamos de ouvir uma opinião sobre esta matéria.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A Mesa não regista mais pedidos de intervenção.
Para encerrar o debate, tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado da Administração e do Emprego Público,
Fátima Fonseca.
A Sr.ª Secretária de Estado da Administração e do Emprego Público: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Deputados: Vou procurar sintetizar algumas observações que foram feitas em torno do conjunto de questões
colocadas.
Em primeiro lugar, o âmbito de aplicação deste diploma é claro. Estamos a referir-nos a todas as entidades
que são definidas pelo INE para efeitos de perímetro das contas nacionais.