21 DE FEVEREIRO DE 2019
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O Sr. João Oliveira (PCP): — Se for só isso, está bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Uma proposta de lei que, em segundo lugar, reduz as possibilidades de
renovação dos contratos a prazo. É justo ou não é justo? É justo!
Uma proposta de lei que, em terceiro lugar, reduz o tempo de cada período do contrato a prazo. É justo ou
não é justo?
Uma proposta de lei que, em quarto lugar, penaliza as empresas que abusam do contrato a prazo. É justo
ou não é justo?
Ora, aquilo que o PCP devia fazer era votar favoravelmente esta proposta de lei porque é um instrumento
útil para combater a precariedade laboral, que importa combater.
Quanto à saúde, o Sr. Deputado conhece a nossa proposta de Lei de Bases e estou certo de que será
possível aprovar uma lei de bases que corresponda à maioria dos defensores do Serviço Nacional de Saúde,
nesta Assembleia.
Quanto à ADSE, é indiscutível que o Estado tem de fazer o que lhe compete, que é defender os interesses
dos beneficiários, designadamente recuperando dos privados o que eles abusivamente cobraram aos
beneficiários da ADSE e que deve ser reposto no sistema.
Finalmente, quanto aos CTT, como já tive oportunidade de dizer, avaliaremos esse assunto no momento
próprio, que é quando terminar o contrato de concessão, em 2020.
Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, quanto à ADSE, já tive oportunidade de responder. Mas, quanto aos
professores, gostaria de lhe dizer o seguinte: o Governo nunca se senta com ninguém — como sabe, aliás, de
experiência própria — numa postura irredutível. E também não nos sentaremos com o sindicato dos professores
numa postura irredutível. É, aliás, por não estarmos numa postura irredutível que, apesar de nunca termos
proposto a recuperação do tempo passado, demos um passo e propusemos e legislámos no sentido de atribuir
a todos os professores uma recuperação do tempo de serviço de 2 anos, 9 meses e 18 dias. Infelizmente, até
agora, temos encontrado sempre uma posição sindical irredutível, o que lamentamos. A esperança que temos
é a de que, quando nos sentarmos à mesa, os sindicatos apresentem uma proposta que nos permita avançar
neste debate.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tal como eu já tinha informado, nesta segunda ronda há 15
Deputados inscritos para pedidos de esclarecimento, aos quais o Governo, segundo informou à Mesa,
responderá em conjunto.
Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães, do CDS-PP.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, gostaria de fazer uma pergunta
acerca de uma área em que tudo falhou neste Governo: a segurança. Falhou tudo, tudo mesmo, Sr. Primeiro-
Ministro!
O Sr. Primeiro-Ministro, em resposta à líder do meu partido, veio aqui perguntar o que é que eu faria no seu
lugar. Sr. Primeiro-Ministro, se eu fosse o senhor — e, sobretudo, se tivesse sido Ministro da Administração
Interna e Ministro da Justiça como o senhor foi —, depois dos incêndios, depois de Tancos, depois do roubo de
armas da PSP e de motins diários nas prisões, eu demitia-me, Sr. Primeiro-Ministro. E é por isso que tem esta
moção de censura.
E se não percebe por que é que tem a moção de censura, esse é o principal motivo por que deve mesmo ser
censurado.
Sr. Primeiro-Ministro, queria ainda dizer-lhe que, numa área fundamental como a segurança, acerca da qual,
de resto, não disse uma única palavra, nem no discurso e nem nas respostas, os profissionais dessa área
desesperam. Desesperam porque foram enganados, desesperam porque estão desmotivados, desesperam
sobretudo porque não têm uma única palavra de solidariedade da sua parte.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, faço-lhe três perguntas muito concretas: para quando o cumprimento das
decisões de tribunais sobre o suplemento especial de serviço? Para quando o aumento de efetivos e de meios