I SÉRIE — NÚMERO 54
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O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto,
do CDS-PP.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o seu Governo impôs o garrote
das Finanças e falhou, falhou na saúde aos portugueses. Falhou no investimento e na modernização dos
serviços de saúde. Falhou aos profissionais, que estão descontentes e exaustos e com os quais o senhor não
consegue dialogar. Falhou aos doentes, que veem um SNS a funcionar muito pior.
O senhor tem repetido que vai abrir 100 USF (unidades de saúde familiar) até ao final da Legislatura, mas
abriram muito menos do que no tempo da troica e a reforma dos cuidados de saúde primários está
comprometida.
Pausa.
Sr. Primeiro-Ministro, estou a falar para si, sim,! Não sei se me está a ouvir.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Estou, estou!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Vai continuar, ou não, a impedir a passagem de unidades de modelo
A para unidades de modelo B? Vai forçar a abertura de unidades inacabadas, sem condições físicas e
operacionais para atender doentes, como aconteceu recentemente em Odivelas, só para «fazer o número» das
inaugurações?
Que vai, afinal, o senhor fazer para os cuidados de saúde primários serem uma prioridade na saúde dos
portugueses?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Igualmente para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de
Almeida, do CDS-PP.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro: Malta, Letónia, Irlanda,
Eslovénia, Eslováquia, Estónia, Chipre, Lituânia, Luxemburgo, Áustria, Holanda, Espanha, Finlândia e Grécia.
O que estes países têm em comum é que todos cresceram mais do que Portugal no ano passado. Por isso, Sr.
Primeiro-Ministro, ato falhado é o «milagre» da governação socialista.
Por isso, pergunto-lhe: se foram assim os resultados da sua governação na melhor das conjunturas, porque
é que os portugueses hão de confiar em si para governar quando os tempos forem mais difíceis?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, do Grupo Parlamentar do CDS-PP,
também para pedir esclarecimentos.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, há 800 000 funcionários públicos
que descontam voluntariamente 3,5% do seu salário para a ADSE. Pagam para ter a liberdade de escolher um
prestador privado de saúde, se assim o entenderem.
Mas a ADSE, tutelada pelas Finanças e pela Saúde, não reúne, desde outubro, com estes prestadores
privados, com os quais mantém vários litígios.
Cabe-lhe a si fazer uma escolha definidora: ou se junta ao Bloco, para esvaziar a ADSE, e ao PCP, para
requisitar os serviços do setor privado com uma lei do PREC (processo revolucionário em curso); ou defende os
beneficiários e a sua liberdade de escolha e marca negociações com transparência.
Qual vai ser a sua escolha, Sr. Primeiro-Ministro? O interesse dos beneficiários ou o interesse das
esquerdas? Ou simplesmente um ato falhado?