I SÉRIE — NÚMERO 54
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para as forças de segurança? Para quando a concessão do subsídio de risco que, há um ano e dezoito dias
precisamente, com os votos favoráveis de todos os grupos parlamentares aqui representados, foi aprovado?
Sr. Primeiro-Ministro, no fundo, para quando podem os portugueses esperar alguma coisa de si e do seu
Governo sobre segurança?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra, pelo Grupo Parlamentar do Partido
Socialista, o Sr. Deputado Porfírio Silva.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, esta moção de censura é um objeto de
vida curta, porque já nasceu derrotada. Mas é também uma demonstração de vistas curtas. Basta ver que a
palavra «educação» não aparece nem uma vez nesta moção de censura.
Protestos do CDS-PP.
Quanto a resultados, o que o Governo do PS mostra, também na educação, são resultados. A taxa de
abandono precoce na educação e formação alcançou, em 2018, um mínimo histórico. É preciso fazer mais, mas
já avançámos muito.
As taxas de insucesso reduziram 25% no último biénio, e apostando na qualidade da educação. É preciso
fazer mais, mas já avançámos muito.
E também avançámos muito porque apostámos nos profissionais. Com o Governo do PSD e do CDS, só
professores foram menos 26 000 na escola pública. Com este Governo, já temos mais 7700 professores
vinculados do que em 2015, mais 730 técnicos especializados, mais 200 psicólogos e mais 2500 assistentes
operacionais. É preciso fazer mais, mas já avançámos muito.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, importa realçar que isto não é falar do passado, nem é apenas falar do presente,
isto é falar do futuro. Isto é falar do risco que o País corre em voltarmos a ser governados pelo CDS e pelo PSD.
É falarmos do risco de voltarmos para trás, porque o País precisa de proteger aquilo que já conseguiu fazer.
O radicalismo do CDS não é uma mera figura de retórica. O radicalismo do CDS veio para criar espaço na
fotografia para outros radicalismos que por aí andam.
Qual é a sua determinação, Sr. Primeiro-Ministro, para continuar a trabalhar pelo desenvolvimento do País,
por uma sociedade decente, face a esta tentativa de federar radicalismos, pequenos radicalismos, que é, afinal,
o significado político desta moção de censura?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles, do Grupo Parlamentar do CDS-PP,
também para pedir esclarecimentos.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, ouvi-o com muita atenção tecer
a teoria, algo mirabolante, de que aumento de carga fiscal não tem rigorosamente nada a ver com impostos —
aliás, já ouvi o Ministro Mário Centeno dizer a mesma coisa.
Sei que o Sr. Primeiro-Ministro tem grande habilidade para elaborar estas teorias, mas, ainda assim, gostava
de lhe deixar aqui algumas perguntas que são quase um teste.
Sr. Primeiro-Ministro, gostava de saber qual foi o local, durante a sua campanha eleitoral, em que o PS
prometeu carga fiscal em níveis recorde, em que prometeu ir pôr a carga fiscal no seu nível máximo. Gostava
de saber quando é que, em campanha eleitoral, o Sr. Primeiro-Ministro andou a prometer isto. E gostava também
de saber se era verdade que o Sr. Primeiro-Ministro prometeu, por várias vezes, reduzir a carga fiscal, durante
o período deste Governo e, mais concretamente, em 2017.
E, já agora, para se perceber que não estamos apenas a falar de um número, estamos a falar de coisas
concretas, gostava de saber se é ou não verdade que este Governo aumentou o gasóleo, aumentou a gasolina,
aumentou o IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas), aumentou o ISV (imposto sobre veículos)