23 DE FEVEREIRO DE 2019
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O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe que conclua.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — … onde não cabíamos todos e tínhamos de emigrar. Os portugueses querem
estar neste País, onde há mais e melhor emprego,…
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr.ª Deputada, tem de concluir.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — … onde há mais confiança e onde há, sobretudo, mais esperança! Esse é
o maior investimento que podemos fazer num País! Um investimento na esperança e na felicidade coletiva!
Aplausos do PS.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Tanto disparate!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem agora a palavra, para pedir esclarecimentos adicionais, a Sr.ª
Deputada Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, dizer que vai às negociações com os professores
«de boa-fé» não acrescenta um milímetro em relação àquilo que anunciou,…
O Sr. Ministro da Educação: — Acrescenta tudo!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … em relação a todas as negociações onde o Sr. Ministro entrou com a
proposta que saiu.
A proposta com que entrou e com que saiu, por um lado, não cumpria aquilo que a Assembleia da República
disse que desejava para estas negociações,…
O Sr. Ministro da Educação: — Não é verdade!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … por outro lado, não cumpria com aquilo que a Assembleia da República
votou para estas negociações e, por outro lado ainda, também não cumpria aquilo que os professores exigem,
que é a recuperação integral do tempo de serviço.
Quando lhe perguntamos, Sr. Ministro, se vai entrar nestas negociações para negociar, aquilo que estamos
a perguntar-lhe é se vai entrar nestas negociações com uma proposta que sabe ser a base da negociação com
os sindicatos, mas também com uma certeza, a de que, como o Sr. Ministro disse, este Parlamento tem
capacidade de intervenção.
Portanto, se aquilo que sair das negociações for um não acordo em torno da proposta de dá três anos, nem
tanto, da recuperação do tempo de serviço aos professores, o Sr. Ministro sabe que a capacidade de intervenção
parlamentar deste Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda se vai traduzir numa apreciação parlamentar ao
decreto-lei que não reconhecer o tempo integral de serviço aos professores, como é justo e como deve ser
reconhecido em faseamento que seja negociado, aliás, em propostas que têm vindo a evoluir, a última
assemelhando-se até muito ao acordo que foi encontrado na Madeira.
Aquilo que os professores perguntam é o seguinte: se foi possível nos Açores, se foi possível na Madeira,
porque é que não há de ser possível negociar o mesmo com o Sr. Ministro? É essa a negociação que vamos
apoiar.
Mas, Sr. Ministro, em termos de recursos humanos, porque nem só de desinvestimento em professores se
fizeram os cortes na escola pública, houve um desinvestimento brutal em funcionários, assistentes operacionais
e auxiliares de ação educativa.
O seu Governo veio agora anunciar a contratação de mais 1000 trabalhadores, perfazendo, no total, 3500,
mas devo avisá-lo que a direita cortou às nossas escolas 4500 funcionários. Portanto, o anúncio, por parte do
Governo, da contratação de 3500 funcionários é um caminho de recuperação, mas o buraco que foi deixado
pelo desinvestimento na escola pública é tão grande que ainda há muito investimento a fazer.