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23 DE FEVEREIRO DE 2019

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recurso a receitas próprias, pequenos sistemas de climatização, mormente de aquecimento (…)» — e continuo

a citar — «(…) sendo esta a melhor resposta à necessidade de garantir conforto térmico.»

Portanto, não foi aqui que o Sr. Ministro fez investimento público,…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — … porque entende que as escolas, no âmbito da sua enorme autonomia

e com os seus orçamentos, podem comprar aparelhos de aquecimento a óleo e o assunto está resolvido.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Então, onde é que poderia ter gastado o dinheiro?

Olhe, poderia tê-lo gastado, por exemplo, na modernização tecnológica, que faz parte extensa do seu

Programa do Governo. O Sr. Ministro até disse, recentemente, em fevereiro, que, com a entrada em funções do

atual Governo, se voltou a investir na agenda digital e que o Governo está a investir na rede de internet das

escolas e na aquisição de computadores para uso partilhado.

Porém, quando vamos aos dados do próprio Ministério ver os resultados, verificamos que 76% dos

computadores nas escolas têm bem mais de três anos, remontando — parece-me que até é esta a expressão

utilizada — a 2009, altura do Plano Tecnológico, e o número de alunos por computador com internet nas escolas

piorou desde 2005, passando de 3,5 alunos para 5 alunos, agora, em 2018.

Portanto, Sr. Ministro, de tantas opções que tinha para estes 26 milhões de euros, com que, de resto, até

podia cumprir o seu próprio Programa do Governo, o que é que fez? Criou o perfil do aluno do século XXI.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Sr. Ministro, pergunto-lhe se não seria altura de alocar investimento público para ter também uma escola do

século XXI.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Mesquita, do PCP.

A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs.

Deputados: Falemos de investimento, mas falemos também do que fazer com ele.

O PCP defende que o investimento tem de ser para a valorização da escola pública, criando melhores

condições para quem nela estuda e trabalha.

Já o que o PSD trouxe aqui, hoje, foi um prato cheio de tartufice e, qual Tartufo, acha que há de haver

maneira de se arranjar com o céu, com a trouxa de problemas que deixou para trás. É que aquele que dizem ter

sido o investimento que fizeram mais não foi do que um ataque à escola pública, que, relembre-se, pretendiam,

até, implodir.

Portanto, aquilo que fizeram foi arranjar todo o tipo de ferramentas para a desmantelar: fizeram-no

promovendo despedimentos, tendo, aliás, executado o maior despedimento coletivo de professores de sempre;

fizeram-no promovendo o favorecimento de interesses dos privados, tal como fizeram com os contratos de

associação em sítios onde eles eram absolutamente desnecessários; e preparavam-se para a verdadeira

privatização das escolas, através do famigerado guião para a reforma do Estado, de mão dada, em tudo isto,

alegremente, com o CDS.

O que o PCP defende é uma alternativa política patriótica e de esquerda, em que haja um efetivo aumento

do investimento na educação, não para esbulhar recursos públicos mas, sim, para resolver problemas e

responder às necessidades do povo e às necessidades de desenvolvimento do País.

Sr. Ministro, se os problemas carecem de investimento, carecem também de vontade política e, hoje, ficaram

a faltar ainda muitas respostas aos problemas que existem.