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28 DE FEVEREIRO DE 2019

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Sr.ª Ministra, sabe que, por exemplo, na Guarda, um doente cardíaco só pode estar doente às terças e às

quintas feiras?! É que nos outros dias não há médico.

Por exemplo, uma consulta muito prioritária, daquelas consultas em que estamos perante casos de vida ou

de morte, sabe quantos meses demora?! Demora sete meses.

Há consultas de otorrinolaringologia quatro dias por mês na Guarda, em 30 dias. O tempo de espera em

ortopedia é de dois anos e seis meses e o da oftalmologia é de dois anos e dois meses. Em gastroenterologia

há consultas uma vez por semana e as endoscopias e colonoscopias demoram tempos infinitos.

No hospital de Seia, as consultas de oftalmologia demoram três anos e nove meses.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, esgotou o seu tempo.

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.

Para as consultas externas, no hospital de Seia, as pessoas entram às 6 horas da manhã e saem de lá às 4

horas da tarde.

Sr.ª Ministra, queremos que nos diga, todos queremos saber, como é que a Sr.ª Ministra quer tratar dos vivos

no distrito da Guarda.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, para responder, a Sr.ª Ministra da Saúde.

A Sr.ª Ministra da Saúde: — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas, Srs. Deputados, gostava de começar por referir

que a questão dos tempos de espera não é um exclusivo do nosso sistema de saúde.

De resto, o relatório sobre o qual já falámos hoje várias vezes, que nos coloca no 13.º lugar e que nos enche

de satisfação por esse motivo, não deixa de sublinhar que um dos aspetos onde Portugal mais tem a progredir

é, exatamente, no que toca aos tempos máximos de resposta garantidos, e mostra que outros sistemas de saúde

porventura mais ricos, ou, pelo menos, de países mais ricos, como a Noruega, a Suécia e a Finlândia, têm

exatamente o mesmo problema. Inclusivamente, vai mais longe e diz: «Este problema não é apenas um

problema de recursos, é um problema de organização. Não fosse isso, países com recursos maiores já o teriam

certamente ultrapassado».

Aplausos do PS.

Não digo isto para explicar ou para justificar, nem para me eximir ao trabalho que temos para fazer. É evidente

que há muitas situações no Serviço Nacional de Saúde que não correm bem em termos de tempos de espera.

De qualquer forma, não posso deixar de sublinhar que houve, nesta Legislatura, uma melhoria do cumprimento

dos tempos máximos de resposta garantidos relativamente às consultas muito prioritárias e prioritárias. Foi

naquelas com prioridade normal que o progresso não se registou e houve mesmo algum retrocesso.

Isso não invalida que, para cada um dos casos negativos que os Srs. Deputados fazem o favor de citar

quando nos encontramos nestas ocasiões, não haja um caso positivo.

Gostaria de falar de Vila Real. Gostaria de falar da urologia em Vila Real, onde a prioridade normal não corre

bem, mas onde a endocrinologia, em prioridade normal, corre bem, pois reduziu de 164 dias para 32 dias. A

neurologia, em prioridade normal, correu muito mal, com 408 dias, sendo agora, ainda com necessidade de

progresso, de cerca de 200 dias. Gostava de falar também da otorrinolaringologia, onde, apesar de a situação

que recebemos ser de 323 dias, o tempo de espera é hoje de 246 dias.

Gostava de vos falar ainda de outros casos, por exemplo, do caso da Guarda. Bem sabemos o que se passa

na ortopedia de prioridade normal, mas também sabemos qual foi a evolução positiva que foi feita na neurologia

de prioridade normal.

Há um longo caminho para fazer nestas matérias, é evidente, está à vista, mas não é desinvestindo no

Serviço Nacional de Saúde ou atacando-o que vamos conseguir fazê-lo.

Aplausos do PS.