15 DE MARÇO DE 2019
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… o que faz é alimentar e viver dos privilégios, da gestão da proximidade do poder, da fragilização das
instituições independentes. E começa logo pelo Executivo, que aqui não está hoje e é pena.
Rasgaram toda a ética republicana, compondo um Governo feito de laços familiares que, inevitavelmente,
comprometem o escrutínio mútuo e geram conflitos de interesse que fragilizam a busca do interesse público.
Mas segue-se na reiterada prática socialista a nomeação, como temos visto, sucessiva de dirigentes partidários
ou familiares para os mais diversos cargos de topo na Administração Pública e nos reguladores independentes.
Protestos do PS.
Não nos esquecemos, e não nos esqueceremos, da tentativa de nomear um Deputado socialista, sem a
mínima qualificação técnica, para a frente de um regulador independente.
Sim, pela mão do Partido Socialista, outra vez e sempre do Partido Socialista, vivemos hoje, em Portugal,
um novo tempo …
O Sr. João Azevedo Castro (PS): — Tenha vergonha!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — … de ameaça à independência das instituições, em especial dos
reguladores e supervisores independentes.
Foram os ataques ao Conselho das Finanças Públicas,…
O Sr. João Azevedo Castro (PS): — Tenha vergonha!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Sim, Srs. Deputados! Isso é que é uma vergonha!
Foram os ataques ao Conselho das Finanças Públicas, com Deputados socialistas que foram desde ameaçar
a extinção a recusas de designados propostos por entidades independentes. São as cativações de Costa e de
Centeno, que, segundo o que vários — todos! — reguladores disseram à Assembleia da República, os
impediram de fazer ações de inspeção, ações de fiscalização que estavam planeadas. Foi a perigosa
interferência do Governo — Centeno e Costa — na política de provisões do banco central, que é essencial para
dar uma garantia segura e duradoura à sua função estabilizadora. São as exigências de prévia autorização do
Ministro das Finanças para as mais básicas contratações e recrutamento de especialistas pelos supervisores.
Tudo isto enfraquecendo os recursos e a capacidade de ação dos supervisores.
O que é que faz este Governo socialista? Não mais do que fragilizar os árbitros e polícias independentes e
facilitar a vida aos jogadores, que são mais poderosos.
Sr. Presidente, temos também a CReSAP, criada para ser independente. Primeiro, desqualificaram-na,
pondo à sua frente pessoas que nem sequer sabiam que deviam agir de forma independente — disseram-no
aqui, no Parlamento — e, depois, mesmo esses, que nem sabiam que deviam ser independentes, viram as suas
avaliações de mérito rasgadas, ignoradas pelo Governo, como vimos, por exemplo, com a nomeação para
Diretor-Geral da Administração Pública.
Protestos do Deputado de Os Verdes José Luís Ferreira.
É triste a fuga à responsabilidade de Vieira da Silva, no Montepio, e o que faz para proteger a sua
cumplicidade com Tomás Correia, atirando a responsabilidade, que é sua, para um regulador independente, que
a não tem na lei.
Protestos do Deputado do PS Pedro Delgado Alves.
É a reforma da supervisão financeira anunciada como urgente pelo Ministro mas que, quando chega, afinal
se mostra um misto de ajuste pessoal de contas de Centeno, com uma tentativa de governamentalização e de
enfraquecimento da independência dos supervisores.
Os senhores, no Partido Socialista, vivem muito mal com a independência dos reguladores. No PSD
preferimos lutar por ela, pelo mérito e pelo interesse público como critérios de decisão.