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I SÉRIE — NÚMERO 68

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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr.ª Ministra, com este Governo, a prática normal passou a ser o

Governo e as administrações hospitalares, os diretores de serviço e os diretores clínicos dialogarem com base

em ameaças de demissão. Quando alguém num hospital quer ser ouvido, tem de ameaçar demitir-se para o

Governo o ouvir.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Isso aconteceu-lhe, Sr.ª Ministra! Aconteceu-lhe nos hospitais de

Santarém, do Algarve, de Tondela-Viseu, de Lisboa Central, na Maternidade Alfredo da Costa, no Amadora-

Sintra, no de Aveiro, no de Gaia-Espinho, de uma forma avassaladora, no da Guarda, no Hospital Dona

Estefânia, no de Leiria.

Sr.ª Ministra, gostava que fosse capaz de assegurar que nós não vamos ser mais confrontados com pedidos

de demissão, porque, pura e simplesmente, as equipas não conseguem trabalhar com as condições que o

Governo assegura.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Por último, Sr.ª Ministra, e porque isso, sim, também afeta os doentes

e porque se os serviços não funcionam bem é também porque este Governo soube fazer muitas promessas

mas poucas contas, gostava que explicasse por que razão a dívida total do SNS aumentou face ao que este

Governo recebeu, por que razão a dívida vencida do SNS aumentou face ao que este Governo recebeu e por

que razão a dívida dos hospitais aumentou também face ao que este Governo recebeu.

E, Sr.ª Ministra, pode encontrar todas as explicações, pode até dizer que isto são apenas números, mas os

números, e estes números, refletem uma realidade de dificuldades de funcionamento que a Sr.ª Ministra não

pode negar. Portanto, chegou a hora de oferecer respostas, mas respostas verdadeiras.

Já agora, gostava de lhe perguntar, porque o assunto tem sido aqui muito falado, pela ala pediátrica do

Hospital de São João. Sr.ª Ministra, se eu fosse acreditar nas promessas que vários membros do seu Governo

e vários membros do Partido Socialista aqui fizeram, neste momento, as obras para a construção da ala

pediátrica do Hospital de São João estariam no terreno.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Gostava de saber se a única resposta que a Sr.ª Ministra tem é a que

já tem dado: talvez, com sorte, lá para o fim do ano.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Grupo

Parlamentar do Bloco de Esquerda.

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Ministra e restantes Membros do

Governo, a primeira nota que gostava de deixar, no início deste debate, é para registar uma feliz coincidência

de calendário por esta interpelação do CDS-PP, felizmente, não ter coincidido com o Dia Mundial do Teatro, que

se assinalou ontem, porque a verdade é que a encenação é fraquinha e o guião também não é grande coisa!

Protestos do CDS-PP.

Mas vamos ver como é que a peça se desenrola, mas parece-me que a qualidade não vai aumentar muito.