I SÉRIE — NÚMERO 70
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Estamos também a investir cerca de 8 milhões de euros em projetos na área do cibercrime, da pornografia
infantil, do crime económico e noutras áreas.
Ultrapassámos o tempo em que todo o investimento da Polícia Judiciária foi canalizado para um edifício —
esse tempo não é nosso! — e trabalhamos no sentido de colocar a Polícia Judiciária à altura de uma polícia
científica, de uma polícia com as ambições que a Polícia Judiciária portuguesa pode e deve ter pela reputação
que granjeou interna e externamente.
O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Ministra da Justiça: — No que diz respeito à guarda prisional e aos serviços de reinserção, refiro
apenas os seguintes dados: o número de guardas prisionais, em 31 de dezembro de 2015, era de 4083; em 15
de fevereiro de 2019, era de 4337.
O número de reclusos, em 31 de dezembro de 2015, era de 14 070; em 31 de dezembro de 2018, era de 12
790.
Aumentámos o número de guardas e reduzimos o número de reclusos. Mas também reforçámos,
paralelamente, as condições de segurança: reforçámos as estruturas de segurança periférica; instalámos
sistemas de vigilância nos EP (estabelecimentos prisionais) de grande dimensão; adquirimos equipamento de
proteção individual.
Portanto, nas dimensões de segurança, nas matérias que nos dizem respeito, creio que fizemos tudo aquilo
que o Governo devia fazer.
Quanto à questão da lei de política criminal, Sr.ª Deputada, basicamente, o que lhe posso dizer é que o
entendimento que o Governo teve, e que expressou nessa altura, foi o de que era necessário ter em seu poder
o RASI…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Ministra, pedia-lhe que terminasse.
A Sr.ª Ministra da Justiça: — Muito bem, Sr. Presidente, terminarei já.
Como estava a dizer, só se pode fazer uma avaliação séria quando se têm, efetivamente, os resultados do
RASI e é a partir desse momento que tudo deve ser desencadeado.
Reforçámos a segurança no País, Srs. Deputados, e, nessa medida, reforçámos a confiança nas forças de
segurança e a confiança que os portugueses têm nas instituições responsáveis pela sua segurança e pela
defesa dos seus direitos fundamentais.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para o encerramento, tem agora a palavra o Sr. Deputado Luís
Marques Guedes, do PSD.
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs.
Deputados: Em democracia, a política faz-se em nome das pessoas e para as pessoas, para o seu bem-estar e
para a realização dos seus projetos de vida, bem-estar e projetos de vida para os quais a segurança assume
um papel essencial.
É essa a razão de ser de a nossa Constituição enquadrar a segurança como um direito fundamental e atribuir
aos poderes públicos o dever de proteção de pessoas e bens contra quaisquer ameaças ou agressões.
Menosprezar, desvalorizar ou desinvestir nas políticas públicas de segurança é incumprir uma obrigação
fundamental do Estado e fazer perigar o bem-estar e os projetos de vida dos portugueses.
Disse o Governo, neste debate, que tem apostado e investido como nunca nas políticas de segurança. O Sr.
Ministro da Administração Interna referiu mesmo números e estatísticas que dão a aparência de o comprovar,
só que a aparência, com este Governo, Sr. Ministro, tem problemas sérios no confronto com esse empecilho
que é a realidade.
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Muito bem!