I SÉRIE — NÚMERO 74
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É necessário uma intervenção mais ampla, mas é também necessário colocar esta questão central
relativamente a esta matéria, porque não se protege o ambiente apenas dizendo que estamos a favor, é preciso,
depois, na prática, nas medidas concretas, ver que intervenção tem sido feita no sentido de responsabilizar
quem tem grandes responsabilidades relativamente a esta matéria, e não vemos essa intervenção por parte de
vários partidos que vêm aqui falar na proteção do ambiente.
Para terminar, Sr. Presidente, queria não só sublinhar que o compromisso de sempre do PCP é na
valorização dos recursos naturais, na sua proteção, na aplicação do usufruto de toda a população de um bem
que é de todos nós, mas também, mais uma vez, reiterar o nosso empenho no âmbito desta matéria em concreto,
pois consideramos que há espaço de aprofundamento do debate para encontrar as soluções que sejam mais
adequadas.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A próxima intervenção cabe ao Partido Socialista, pelo Sr.
Deputado Renato Sampaio.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Renato Sampaio (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A proibição, por vezes, é um mal
necessário, mas não pode ser a regra. E o mal necessário, nesta política dos plásticos, deve ser aplicado, mas
também temos de ter outro tipo de políticas mais eficazes e capazes de resolver o problema.
Se, num primeiro momento, a prioridade era dada ao tratamento dos resíduos, existe uma outra tríade, que,
no fundo, em relação à política dos resíduos, também tem toda a importância, que é reduzir, reciclar e reutilizar.
Por isso, Sr. Presidente, Srs. Deputados, o País tem também de aumentar não só a capacidade de
reutilização e de reciclagem, num plano integrado, numa atuação a montante da cadeia de gestão de resíduos,
mas também a eficácia da separação dos resíduos.
Por isso, a recolha seletiva para a reutilização e reciclagem deve ser implementada com urgência, e aqui, Sr.
Presidente, Srs. Deputados, as autarquias têm um papel fundamental.
Também não podemos deixar de lado, como referi na pergunta que fiz à Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, a
responsabilidade dos produtores e dos distribuidores, que devem contribuir como elementos fundamentais para
trilhar este caminho difícil, que é anular e evitar a proliferação dos plásticos nos territórios.
Constatei, neste debate, que se criou um alargado consenso sobre a prioridade da redução dos plásticos. O
Grupo Parlamentar do Partido Socialista acompanha esta preocupação e a iniciativa de Os Verdes, mas sempre
com o objetivo de não esquecer, por um lado, a economia e, por outro, as iniciativas que já estão no grupo de
trabalho sobre plásticos.
O contributo que damos é o de viabilizar esta iniciativa, de forma a que possamos ter uma legislação à altura
das nossas responsabilidades e à altura do momento que vivemos para que venhamos a ter um melhor ambiente
em Portugal e no planeta e, fundamentalmente, para que a qualidade de vida dos cidadãos seja bem melhor do
que aquela que encontramos hoje.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Neste momento, apesar de os demais grupos parlamentares
ainda disporem de tempo, a Mesa não regista inscrições.
Assim sendo, tem a palavra, para encerrar o debate, o partido proponente, o Partido Ecologista «Os Verdes»,
através do Sr. Deputado José Luís Ferreira.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No final do debate sobre
uma matéria tão importante como é a necessidade de criar mecanismos para nos irmos libertando da
dependência do plástico, a primeira nota que Os Verdes pretendem registar diz respeito ao reconhecimento, por
parte de todas as bancadas, da gravidade do problema, o que vem reforçar a importância e a oportunidade da