I SÉRIE — NÚMERO 74
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O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Berta Cabral (PSD): — Refira-se que o objetivo de reduzir a utilização de sacos de plástico leves para
50 sacos per capita em 2015 e 35 sacos per capita em 2016, através da criação de uma taxa de 0,08 € sobre
cada saco, quando em 2014 — é bom lembrar! — cada português utilizava, em média, 466 sacos por ano, foi,
como todos sabem, largamente alcançado, atingindo 98% de redução.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Berta Cabral (PSD): — Todos nós testemunhamos isso todos os dias.
Testemunhamos esta extraordinária mudança de comportamento dos portugueses — e é bom lembrar aqui,
porque não é uma questão financeira, é uma questão ambiental — que passaram massivamente a reutilizar os
sacos de plástico que têm em casa. Todos nós sabemos, porque é isso que cada um de nós faz quando vai ao
supermercado.
As ações no sentido da redução do uso do plástico no nosso País têm sido variadas e a definição de metas
e níveis ambiciosos de reciclagem e de reutilização de resíduos foi mais um impulso para a consciencialização
dos cidadãos.
Se é certo que grande parte dos portugueses encaminha já para a reciclagem os resíduos que produz, outros
tantos ainda não o fazem e, nesse sentido, qualquer reforço, no âmbito da política dos três R, é de apoiar e
saudar.
O PSD tem vindo a dar o seu contributo nesta matéria ao incorporar políticas de economia circular numa
agenda de crescimento verde, agindo sobre a sustentabilidade e o equilíbrio ambiental, tendo conseguido,
enquanto Governo, o envolvimento de todos os intervenientes, designadamente entre os públicos e privados,
organizações não-governamentais, associações, comunidades locais e organizações internacionais.
Sr.as e Srs. Deputados, já muito foi feito, mas muito falta fazer. É fundamental dar continuidade à mudança
de mentalidades, que já se faz sentir, e prosseguir com o fito de alcançarmos uma sociedade cada vez mais
aberta e uma real mudança de atitudes.
É também esta, como vimos, a palavra de ordem da União Europeia, onde as várias diretivas existentes
sobre esta matéria e a já aqui citada Estratégia Europeia sobre Plásticos fecham, no seu conjunto, o cerco a
este agente poluidor.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Berta Cabral (PSD): — Não sendo este tema novo para nós, Portugal pode orgulhar-se de já ter
iniciado há muito este difícil caminho e pode exibir, sem complexos, os resultados alcançados. Isso deve-se a
todos os portugueses e ao reforço e contributo que souberam e quiseram empregar neste propósito, em prol
das gerações futuras.
Existindo já no mercado um sem-número de soluções ao uso alternativo de materiais em plástico, são cada
vez mais os seus adeptos que compreendem, tal como nós, no PSD, a emergência desta situação.
Foi nesse sentido que recomendámos ao Governo a realização de estudos para procurar as melhores
soluções de substituição ao nível do material de restauração.
Para além disso, temos pendente uma outra proposta de recomendação, que em breve virá a esta Casa,
para a promoção de medidas para cumprimento das metas de redução de resíduos de plástico e temos também
participado ativamente nos processos legislativos no âmbito da matéria de redução do uso de plásticos,
melhorando o que poderá ser a sua aplicação à realidade do País, tendo em conta todos setores envolvidos,
nomeadamente a economia, e, dentro da economia, a agricultura, o ambiente e o consumidor.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Berta Cabral (PSD): — Também no âmbito deste processo legislativo, que aqui nos trouxe o Partido
Ecologista «Os Verdes», o PSD vai marcar uma presença ativa e não prescindirá de dar o seu contributo para
que a continuidade legislativa nesta matéria seja uma realidade.