12 DE ABRIL DE 2019
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conjunto vasto de entidades avalizadas e, por isso, acreditamos estar no caminho certo para legislar bem e dar
passos significativos nesta área.
No entanto, teremos de conceder o tempo suficiente para promover a readaptação do mercado e das cadeias
de produção, até porque os custos, comparados com o dos polímeros convencionais, podem atingir o triplo.
Aliás, acreditamos que a Lei n.º 69/2018, que já foi referida hoje por praticamente todos os grupos parlamentares
e que institui um sistema de incentivo à devolução de embalagens de bebidas em plástico não reutilizáveis e de
depósito de embalagens de bebidas em plástico, vidro, metais ferrosos e alumínio, é um exemplo do consenso
dos partidos e dos grupos parlamentares nesta Casa.
Esta matéria merece a maior atenção de todos. Não é só do PAN, não é só de Os Verdes, não é só do Partido
Comunista, não é só do Bloco de Esquerda, não é só do Partido Socialista, não é só do CDS, não é só do PSD,
é de todos nós, é de todos os grupos parlamentares, é de todos os partidos e é de todos os portugueses.
Este trabalho está a ser feito e, por isso, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista concorda globalmente
com o Projeto de Lei n.º 1187/XIII/4.ª, que hoje discutimos. No entanto, consideramos que a transposição da
diretiva europeia que irá ocorrer em breve terá uma abordagem global da totalidade dos produtos visados e
também terá em conta o resultado do Grupo de Trabalho criado para o efeito.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista defende que devemos olhar, em sede de discussão na
especialidade, para algumas questões já abordadas na minha intervenção. Por isso, entendemos que esta
iniciativa deve baixar à 11.ª Comissão, para que possa ser direcionada para o Grupo de Trabalho que já está a
tratar desta temática e, assim, ser trabalhada em paralelo com as iniciativas já em discussão.
Sr.as e Srs. Deputados, perante as respostas da Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia às questões que lhe foram
colocadas, no sentido de saber se estava disponível para fazer algumas alterações ao seu projeto de lei, o
Partido Socialista está disponível para votar favoravelmente o referido projeto para, depois, em sede de
especialidade, fazer as adaptações ao mundo que, lá fora, espera que façamos uma lei que vá ao encontro da
necessidade de todos os portugueses, porque o ambiente é importante para todos.
Cabe a todos mudar a forma como utilizamos o plástico. Cabe a todos fazer o melhor todos os dias. Cabe a
todos melhorar o planeta.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do PSD,
tem a palavra a Sr.ª Deputada Berta Cabral.
A Sr.ª Berta Cabral (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Na reta final deste debate, penso ter
ficado claro o ambiente de consenso que, geralmente, se consegue nesta Casa em torno da proteção do
ambiente e que, em regra, também se verifica no seio da 11.ª Comissão sobre estas matérias. Podemos divergir
na forma como alcançar uma efetiva proteção ambiental, mas não podemos divergir nos objetivos.
O plástico é um dos resíduos com maior expressão e difusão em Portugal e em todo o mundo. Essa difusão
culminou, nos nossos dias, na existência de autênticas ilhas de plástico nos mares e na sua ingestão por
cetáceos e peixes, gerando uma indesejável poluição marinha e, consequentemente, entrando na nossa cadeia
alimentar.
O combate a esta realidade é um imperativo coletivo e global. O Governo anterior, apesar dos inúmeros
desafios que tinha pela frente, não descurou esse combate e fez uma opção clara pela fiscalidade verde, que,
de forma concertada, impulsionou uma maior consciencialização ambiental e uma objetiva mudança de
mentalidades.
Aliás, no que respeita à redução de sacos de plástico leves, o sucesso foi de tal ordem que tornou Portugal
numa referência internacional…
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Berta Cabral (PSD): — … e as medidas adotadas mereceram mesmo o elogio do atual Ministro do
Ambiente e da Transição Energética.