14 DE MAIO DE 2019
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cultural do País. E também não percebemos porque é que um Estado que desconfia tanto de quem trabalha e
que paga os seus impostos confia tanto nos banqueiros que sucessivas vezes enganam o nosso País e roubam
o que é de todos!
Aplausos do BE.
Sr. Primeiro-Ministro, queria falar-lhe de um outro tema, que não é novo nestes debates quinzenais, que diz
respeito aos atrasos no pagamento das pensões de velhice.
Os últimos dados que conhecemos apontam para 57 000 pedidos à espera, com um tempo médio de resposta
de sete meses, nalguns casos ainda mais. A Provedoria de Justiça tem alertado, e bem, para estes atrasos.
Sabemos que o grande problema é a falta de pessoal — que foi criado, em muito, pelo anterior Governo — e
que os concursos e a formação para as novas contratualizações demoram e estão em curso. Sabemos também
que os atrasos e os problemas se multiplicam no caso das carreiras contributivas de emigrantes portugueses.
Mas há medidas urgentes que podemos tomar e o Bloco propõe soluções simples: nos casos de demora de
decisão acima dos três meses legais, os pensionistas devem ser abrangidos pelo mecanismo especial de
atribuição da pensão mínima. É imperioso atribuir uma pensão provisória de velhice em todas as situações em
que o beneficiário esteja sem rendimentos de trabalho. Esta é uma medida que já foi admitida pelo próprio
Governo, que não avançou e que tem de avançar de imediato. Depois, claro, faz-se o acerto retroativo.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, mesmo para acabar, outra medida prática consiste em
colocar equipas técnicas da segurança social por curtos períodos nos países com maior emigração portuguesa.
A experiência foi feita no Luxemburgo e, em quatro dias, desbloquearam-se 250 processos.
O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr.ª Deputada. Tem mesmo de concluir.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — É preciso generalizar este trabalho para recuperar os atrasos.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, essa questão tem já sido várias
vezes aqui debatida, sobretudo por iniciativa do Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, a quem temos regularmente
dado informações e tendo-o já informado de que, entre junho e julho, a situação estaria totalmente regularizada.
A situação passou pela adoção de um conjunto de medidas, desde logo pela recriação de quatro polos
concentrados dos serviços do Centro Nacional de Pensões, em Braga, em Coimbra, em Leiria, e agora mais
recentemente, também, creio que em Viseu, pela contratação de novos recursos humanos e pela abertura de
um concurso externo para contratação de mais 200 pessoas.
Esta medida provisória foi, aliás, aqui referida por mim próprio no último debate quinzenal, em resposta a
uma questão colocada pelo Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, e, ao contrário do que a Sr.ª Deputada diz, já está
a ser posta em prática.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Já não era sem tempo!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O que acontece é que, com as medidas adotadas, estamos já a recuperar o
passivo que se foi acumulando: no mês passado, foram já decididas 15 500 novas pensões, o número mais
elevado desde 2013, e neste mês já estão a ser atribuídas cerca de 7000 pensões a título provisório, o que
significa que — mesmo que não aumentemos o fluxo normal, que já ia em 15 500 —, este mês, com o fluxo
normal mais as atribuições provisórias, já vamos atingir cerca de metade dos 50 000 pedidos que estão