I SÉRIE — NÚMERO 86
16
pendentes. Estamos, por isso, muito confiantes de que no prazo que tínhamos previsto conseguiremos alcançar
os objetivos.
Finalmente, Sr.ª Deputada, há pouco utilizou uma expressão em relação à qual eu não gostaria de deixar de
fazer uma referência. A Sr.ª Deputada disse que governar não é um jogo. Eu digo-lhe mesmo mais: a política
não é um jogo, seja quando se está no Governo, seja quando se está na oposição, seja quando se está na
posição em que a Sr.ª Deputada se encontra, tendo, por isso, a estrita obrigação de saber que o Governo não
deu cambalhota nenhuma, que o Governo fez o que lhe competia fazer.
Aplausos do PS.
O Governo negociou com os sindicatos. Perante a intransigência sindical, avançou com uma proposta.
Perante a proposta do Governo, não recebeu nenhuma contraproposta, a não ser a lengalenga de «quatro anos,
nove meses e dois dias», e daqui não saíram.
Protestos do BE.
E nós cumprimos aquilo que tínhamos dito. Mesmo sem acordo, fizemos o que nos tínhamos disponibilizado
para fazer.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Concluo já, Sr. Presidente.
E mais: as contas têm de ser feitas como elas são, porque esse efeito líquido…
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Não é assim!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É, é assim, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua! É que os impostos dos professores
não estão consignados ao seu vencimento como os impostos que a Sr.ª Deputada paga. Não estão a ser
consignados ao pagamento do seu salário, são receita geral do Estado!
Aplausos do PS.
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.
E as contribuições de todos para a segurança social contribuem para as pensões de todos.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro. Já ultrapassou o tempo de que dispunha.
O Sr. Primeiro-Ministro: — E tal como não podemos somar aos salários as pensões que venham a receber,
não podemos descontar aos salários as contribuições que pagam, como todos pagamos. E se há coisa que o
Governo teve muito cuidado em fazer foi nunca diabolizar os professores!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Mas foi mesmo isso que fizeram!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Nunca discriminámos os professores em relação a qualquer outro profissional.
Pelo contrário, assegurámos-lhes um tratamento equitativo a todos os outros profissionais e a toda a função
pública.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP, a Sr.ª Deputada Assunção
Cristas.