I SÉRIE — NÚMERO 86
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Protestos do CDS-PP.
O que verificamos é que a carga fiscal de 2014-2015 subiu em 0,7% do PIB, graças às medidas legislativas
adotadas por V. Ex.ª.
Em contrapartida, com as medidas que este Governo e esta maioria adotaram a carga fiscal diminuiu, em
0,5% do PIB.
Então, o que é que aconteceu? É que a variação não se deve só às medidas adotadas. No vosso tempo,
graças à desaceleração e à recessão económica, a economia contribuiu negativamente, em 0,26% do PIB.
Por outro lado, o forte crescimento económico e, em particular, o forte crescimento do emprego e o aumento
das remunerações fizeram com que a carga fiscal agora subisse, em 0,9% do PIB, graças ao funcionamento da
economia.
O que é que isto significa, Sr.ª Deputada? Significa que, no vosso tempo, a carga fiscal aumentava por causa
das medidas que vocês adotavam, no nosso tempo baixa graças às medidas que nós adotamos. E se era menor
no vosso tempo era porque, no vosso tempo, a economia crescia menos, o desemprego aumentava e os salários
baixavam; agora, a economia cresce, o emprego cresce e os salários crescem e, por isso, a carga fiscal está a
aumentar. Espero que, com este gráfico, tenha compreendido que aquilo de que tanto se queixa é aquilo que
corresponde à satisfação de, pelo menos, 350 000 famílias, que viram os seus familiares recuperar emprego, e
de todos aqueles que, resgatados da pobreza, viram aumentado o seu salário mínimo nacional, em 20%, ou o
seu rendimento, em 6%, e têm hoje a satisfação de saber que vivem melhor, apesar de a carga fiscal ser maior
do que era anteriormente.
Risos do CDS-PP.
Isso é o que conta, é o que muda na vida de cada um, e as boas explicações da razão pela qual a carga
fiscal é aquela que é, Sr.ª Deputada.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, acho extraordinária toda essa
explicação, porque o INE diz-nos hoje, de forma claríssima, repito, de forma claríssima, que, em 2018, a carga
fiscal aumentou 6,5%, o que corresponde a 35,4% do PIB, quando o ano passado correspondia a 34,4% do PIB,
ou seja, aumentou um ponto percentual.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Ó Sr.ª Deputada, tem as contribuições para a segurança social!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Repito, mais uma vez, o INE é claríssimo em relação a este ponto!
Sr. Primeiro-Ministro, lamento que o senhor não consiga explicar o inexplicável, que é a carga fiscal subir
acima do crescimento económico, acima da produção de riqueza do nosso País. Por isso, para o CDS a
prioridade número um é, de facto, baixar impostos e baixar a carga fiscal.
Sr. Primeiro-Ministro, gostaria, ainda, que me explicasse, em relação ao SIRESP, qual é o seu plano B, se
não houver um acordo entre as partes, ou seja, como é que vai garantir que a redundância existe e não será
desligada. E, já agora, gostaria de saber, dos 1000 km de cabos enterrados prometidos, quantos é que foram
feitos.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.