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I SÉRIE — NÚMERO 91

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Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, mais uma vez digo, com toda a humildade, que compete à Assembleia

tornar possível que essa realidade se torne numa coisa do passado em vez de algo do presente. A meu ver, não

há nenhuma justificação para ser assim.

Podemos não concordar em muitas coisas, mas temos de concordar em, rapidamente, mudar essa e outras

normas, tal como a da duração dos contratos a termo, que já foi de seis anos noutros tempos, reduzindo-a para

uma dimensão que, historicamente, seja a mais baixa de sempre: a dos dois anos. Deveremos ter a capacidade

de avaliar se é essa a dimensão correta.

São mudanças, no bom sentido, no combate à segmentação, e a segmentação do nosso mercado de trabalho

continua a ser um problema. Temos agora a oportunidade histórica de responder à segmentação como os

trabalhadores necessitam, reduzindo as causas e as condições da contratação a termo, e não como a direita

europeia defende, ou seja, reduzindo os direitos dos trabalhadores sem termo. Temos essa oportunidade

histórica, cabe-nos a nós decidir se o faremos agora ou se teremos de esperar mais uns meses para o

concretizar.

Basicamente, é este o debate que temos hoje a propósito da precariedade, sempre atentos a novas situações

que se abrem, sempre atentos à rapidez da mudança no sistema de emprego, mas tendo a certeza de que sem

mais emprego não há mais emprego com direitos, sem criação líquida de emprego pelas empresas, por todas

as instituições, não teremos mais trabalho digno.

Essa é a herança que desta Legislatura fica: mais e melhor emprego, expectativas positivas para o futuro,

esperança de que continue a mudar neste sentido. A história não acaba hoje, mas deixamos, neste momento

da história, um marco de mudança que penso que nos deve orgulhar a todos.

Aplausos do PS.

Protestos da Deputadas do PSD Joana Barata Lopes.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para encerrar este debate de urgência, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Wanda Guimarães, do PS.

A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, em jeito de

remate, queria fazer cinco constatações. A constatação A é a de que a direita continua sem perceber o filme.

Como não tem legendas, não chega lá!

Risos do PS.

Protestos das Deputada do PSD Carla Barros e Joana Barata Lopes, mostrando artigos de jornal.

A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Está a ver o filme destas pessoas?!

A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Não percebeu nada da evidência da melhoria do mercado de trabalho em

Portugal. Tem uma estratégia completamente errada e insiste nela.

Aplausos do PS.

Protestos das Deputada do PSD Carla Barros e Joana Barata Lopes.

A constatação B — oiçam! — é a de que o Governo cumpriu todas as suas prioridades: devolver rendimentos

e direitos; combater a precariedade e a pobreza; relançar a negociação coletiva; estabilizar o mercado de

trabalho, saneando a sua segmentação.

A constatação C é a de que conseguimos, à esquerda, avanços significativos que melhoram a vida das

pessoas e restabeleceram a normalidade democrática e a previsibilidade no quotidiano de que todos

necessitamos.