29 DE JUNHO DE 2019
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O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado António Costa e Silva, haveria
muita coisa para comentar relativamente à sua intervenção, mas limito-me a mostrar-lhe um gráfico. Não se
trata de um gráfico do Partido Socialista, mas do Eurostat, que revela aquele que foi o peso da Investigação e
Desenvolvimento no PIB (produto interno bruto) entre 2011 e 2018.
Sr. Deputado, a única pergunta que lhe faço é esta: como é que o Sr. Deputado explica que, entre 2011 e
2015, no seu Governo, no Governo do PSD/CDS, tenha havido esta queda brutal do peso da Investigação e
Desenvolvimento no PIB?
Aplausos do PS.
Como se vê no gráfico de forma muito clara, a partir de 2015 invertemos completamente essa queda. A única
coisa que peço é uma explicação clara sobre essa matéria.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Costa e
Silva.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos Pereira, agradeço a questão que
colocou, mas a resposta é muito simples. O Sr. Deputado coloca uma meta de 1,3%, que é aquela que o Governo
está a executar neste momento, mas deveria estar a atingir os 3%.
Protestos do PS.
Sr. Deputado, eu perguntaria de outra forma: qual foi a parte da minha intervenção que não percebeu?
Protestos do Deputado do PS Carlos Pereira.
Nas infraestruturas científicas e tecnológicas, o nível de execução é de zero! Utilizando os fundos
comunitários, é de zero! O seu gráfico não serve para justificar esta questão, Sr. Deputado! O senhor fez uma
pergunta totalmente ao lado, que não faz sentido nenhum, porque a taxa de execução nas infraestruturas
científicas e tecnológicas é de zero. É isso que o Governo tem de justificar. E os senhores, que apoiam este
Governo, também têm de o fazer.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada
Ana Rita Bessa.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em 2017, o Sr. Primeiro-Ministro
anunciou o objetivo de passar de 1,28% do PIB investidos pelo País em ciência para, pelo menos, 2,7% em
2020. Este ambicioso plano do Primeiro-Ministro foi, então, classificado pelo Sr. Ministro da tutela como uma
visão. Mas, com orçamentos reduzidos, achar que seria exequível, em quatro anos, duplicar o investimento do
País em ciência foi, na verdade, mais um delírio do que uma visão.
Delírios à parte, o objetivo foi depois fixado em 3% do PIB até 2030, com uma participação no investimento
de um terço pelo setor público e de dois terços pelo setor privado. Qual é, então, a situação atual?
A despesa em investigação e desenvolvimento em Portugal foi de 2753 milhões de euros em 2018, o que,
como aqui já foi dito, representa 1,37% do PIB. O setor das empresas executou 51% deste valor, com 36% dos
recursos humanos, na medida de equivalente em tempo integral. Já o ensino superior executou 42%, mas com
64% dos recursos humanos. Há uma clara diferença de produtividade entre setores.
Para o Sr. Ministro, isto não é um problema porque, e cito, «estes investimentos têm de ser orientados para
a criação de emprego». Para o CDS, estes investimentos devem, isso sim, ser orientados para a criação de