11 DE JULHO DE 2019
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A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — … ao mesmo tempo que o Estado é, tantas vezes, devedor dessas
mesmas empresas. Por isso mesmo, assumimos o compromisso de reforçar as garantias dos contribuintes e de
permitir que as empresas descontem nos seus impostos os valores que o Estado lhes deve.
Olhamos para o mundo e sabemos que a fiscalidade é uma ferramenta política poderosa. Por isso, propomos
usá-la também internamente, criando um verdadeiro estatuto de benefício fiscal para o interior, de resto,
apresentado e rejeitado várias vezes nesta Sessão Legislativa.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vocês eliminaram-no em 2014!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Quem vive no interior deve pagar metade da taxa do IRS e deve
descontar os custos com portagens e transportes. As empresas que aí laboram devem pagar apenas 10% do
IRC e ter mais benefícios em todos os apoios ao investimento. Num mundo digital em que, em muitos casos,
podemos trabalhar à distância, este estatuto de benefício fiscal tem tudo para ser disruptivo e para se aliar a
outras medidas, como a do smart working, que ajuda à conciliação trabalho/família, trazendo novas
oportunidades para o interior.
Sr.as e Srs. Deputados, a maior riqueza do nosso País está nas pessoas e no território. A maior oportunidade
do nosso País está nas pessoas e no nosso território.
Ter outro rasgo e outra ambição para Portugal passa por libertar a força criadora e empreendedora de tantas
e tantas pessoas e por nos libertar de um Estado central, pesado e lento, que pesa nas costas de cada português
e não nos permite mudar de vida.
Passa por tornar o Estado aliado, e não obstáculo, dessa força, passa por permitir que as pessoas sonhem
e concretizem o seu sonho com trabalho e com mérito.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Passa por criar condições para as pessoas terem os filhos que
desejam e para que possam apoiar os seus idosos como merecem.
Passa por deixar concretizar o sonho de tantos portugueses de estudar, trabalhar, progredir na vida e ainda
conseguir ajudar e deixar alguma coisa aos seus filhos.
Mais uma vez, devemos e vamos acionar várias políticas, mas há uma incontornável: amanhã,
apresentaremos as nossas propostas para baixar o IRS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vocês votaram contra o Orçamento que baixou o IRS! Que irresponsabilidade!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Mas, já hoje, quero dizer-vos, em primeira mão, que, se há quem
olhe com desconfiança para países como a Irlanda, que tem uma taxa do IRC de 12,5%, no CDS, queremos ter
a mesma taxa da Irlanda, de 12,5%, dentro dos próximos seis anos. Queremos ver o País a crescer 4% e 5%
ao ano, como a Irlanda, a reter e a atrair talentos, a desenvolver áreas novas da economia, a querer liderar no
mundo digital. Por isso, propomos também uma verdadeira revolução na formação profissional, virada para as
necessidades das empresas exportadoras e da transformação digital.
Sr.as e Srs. Deputados, ter rasgo e ambição para Portugal passa por ajudar a criar as oportunidades neste
mesmo território, que tem de ser mais coeso e mais valorizado, do interior do País ao mar, das oportunidades
da economia verde, nomeadamente em razão da mitigação e da adaptação às alterações climáticas, à liderança
na economia azul, numa verdadeira aliança entre ambiente e economia.
Ter rasgo e ambição para Portugal passa por tornarmo-nos o melhor destino para estudar, para trabalhar,
para investir ou para viver a nossa reforma. Não queremos ser apenas o melhor destino turístico. No CDS,
queremos ser o melhor destino para as nossas vidas, o melhor destino para nós e para o mundo.
Aplausos do CDS-PP, de pé.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Susana Amador, do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.