I SÉRIE — NÚMERO 33
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Aplausos do PS.
No limite, poderíamos estar numa situação que nos levaria a que o País não pudesse, ou não conseguisse,
ter um novo aeroporto. Se, amanhã, decidirmos não o fazer no Montijo e avançarmos, por exemplo, para
Alcochete, não temos a garantia de que não poderão aparecer um ou dois municípios a bloquear a opção
Alcochete, como em qualquer outra localização.
Ora, a questão que devemos colocar é se isso é bom, ou não, para o País.
O Sr. João Oliveira (PCP): — A lei diz que é!
O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Não ignorando que o processo político tem já alguns
anos, o processo formal de licenciamento não deu início. Nós estivemos à espera que a Declaração de Impacte
Ambiental fosse emitida, ou não — ela foi emitida —, e iniciaríamos agora um novo processo, o processo de
pedido de licenciamento do aeroporto, onde então são necessários os pareceres vinculativos dos municípios.
Era importante que tivéssemos consciência deste facto: o processo formal de licenciamento não deu início,
ele só dá início quando o pedido de licenciamento for entregue na ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil),
a entidade que pode ou não licenciar o aeroporto. Era importante termos esta nota.
Terceiro ponto: porquê a opção Montijo?
Primeiro, porque quisemos dar continuidade a um trabalho que vinha de um Governo anterior e porque
entendemos que o País não pode estar sistematicamente, cada vez que há um novo Governo, a reequacionar
localizações ou infraestruturas com a importância nacional que um aeroporto tem.
Aplausos do PS.
Achamos isso errado e entendemos, na altura, que a continuação de um processo que vinha de um Governo
anterior garantiria maiores condições de consenso para que aquela infraestrutura pudesse ser feita.
Segundo, porque é a solução que oferece mais rapidez na sua concretização — e estamos a falar numa
altura em que o aeroporto Humberto Delgado já está saturado e não pode receber todos os aviões e passageiros
que procuram o nosso País.
Depois, como esta solução teve o acordo da ANA, não há qualquer custo para o erário público, o que, num
País como o nosso, é uma questão muito importante.
Além de tudo isto, entendemos — e isso decorre de todos os estudos que foram feitos — que esta solução
dual entre o Aeroporto Humberto Delgado e um aeroporto para as viagens de médio curso e para as companhias
low cost é uma solução adequada às necessidades do País.
Dito isto, o Partido Socialista tem consciência de que não tem maioria absoluta…
O Sr. João Oliveira (PCP): — O Partido Socialista ou o Governo?!
O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — O Governo, que é apoiado pelo Partido Socialista!
E, como sabemos, nas últimas eleições — pelo menos, nas últimas —, fomos mesmo o partido mais votado.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
No entanto, nós não temos maioria absoluta e será sempre com normalidade e humildade democrática que
obviamente aceitaremos aquela que for a decisão da maioria representada no Parlamento. Foi sempre assim, e
continuará a ser assim.
Entendemos, no entanto, que a lei está errada e que, por isso, deve ser alterada e adequada àquilo que está
em causa.
Não obstante, respeitaremos aquela que é a decisão da maioria. Não nos peçam é para fazermos de conta
que um novo revés em relação a um novo aeroporto não tem um impacto profundamente negativo no País. Tem,
e terá, um impacto profundamente negativo no País, mas, obviamente, nós respeitamos o Estado de direito e o