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19 DE SETEMBRO DE 2020

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Portugal apoiou, de forma genérica, a proposta da Comissão e os objetivos subjacentes à mesma, tendo

contribuído ativamente para a conclusão de um texto final equilibrado. Os termos em que o Governo se propõe

transpor este importante instrumento legal para a ordem jurídica interna estão em linha com o compromisso de

dispormos de um quadro legislativo sólido, coerente e, sobretudo, promotor de maior igualdade e justiça social.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Carla Barros, do Grupo Parlamentar do PSD.

A Sr.ª Carla Barros (PSD): ⎯ Sr. Presidente, Srs. Membros do Govrerno, Sr.as e Srs. Deputados: Discutimos hoje a Proposta de Lei n.º 51/XIV/1.ª, um texto do Governo enviado à Assembleia da República para o

autorizarmos a legislar em matéria relativa ao destacamento de trabalhadores no âmbito de uma prestação de

serviços, transpondo, assim, uma diretiva comunitária para o ordenamento jurídico português.

Sr.as e Srs. Deputados, sobre este tema, importa repetir um pouco do que já foi dito no debate anterior: o

Governo não tem trabalhado a tempo e horas a transposição das diretivas comunitárias. Tem sido prática, com

este Governo, a transposição das diretivas comunitárias ocorrer, no nosso País, fora do prazo. O Governo teve

dois anos para a transposição desta diretiva comunitária. O prazo terminaria a 30 de julho e estava o nosso

Governo a sujeitar-se à notificação de incumprimento de Bruxelas por deixar ultrapassar estes prazos.

Depois, há também um dado muito importante: o Governo envia à Assembleia da República um documento

com 49 páginas, das quais apenas as primeiras 7 páginas, de que consta o pedido de autorização do Governo

para transpor a diretiva comunitária para o ordenamento jurídico português, nos dizem respeito e as outras 42

páginas são o decreto-lei.

Ó Sr. Secretário de Estado, nós agradecemos realmente essa benevolência do Governo em enviar à

Assembleia da República o decreto-lei, mas não é sobre isso que estamos a versar.

A título de curiosidade, fomos ler os pareceres e os contributos dos parceiros sociais sobre esta matéria do

destacamento de trabalhadores e notam-se — é preciso alertar o Governo para isso — duras cíticas à forma

como o Governo transpõe esta diretiva para o ordenamento jurídico português. Portanto, é preciso realçar este

aspeto e apelar à atenção do Governo para que dialogue, para que consulte, para que oiça os parceiros sociais,

que sempre, sempre, ao longo dos tempos, deram grandes contributos e grandes intervenções em termos de

matéria laboral.

Não podemos deixar de o fazer, à boleia de uma pandemia; aliás, devia ser o processo inverso: em tempo

de crise, devíamos valorizar o diálogo e a consulta aos parceiros.

Vozes do PSD: — Muito bem!

A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Devia ser exatamente esse o comportamento que o Governo deveria ter, mas não.

Até vimos o incidente que aconteceu na semana passada: o Governo, em Conselho de Ministros, numa

espécie de aprovação, na generalidade, refere-se ao desfasamento dos horários dos trabalhadores agora, para

aplicar em tempo de pandemia, mas só depois é que vai consultar os parceiros sociais, os quais se sentiram

desconsiderados por só serem ouvidos depois desta decisão do Governo.

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Isso não é verdade!

A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Portanto, Sr. Secretário de Estado, deixe-me dizer-lhe que não vale a pena contrariar-me,…

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Ai não vale?! Não é verdade!

A Sr.ª Carla Barros (PSD): — … aliás, até o aconselho, nesta matéria do destacamento de trabalhadores, a consultar o parecer da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), o parecer da UGT (União Geral de