1 DE OUTUBRO DE 2020
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cultural atravessava nesse momento um estado de absoluta calamidade, infelizmente, esse quadro pouco ou
nada mudou.
Não obstante a situação pandémica que ainda se verifica com a evolução da crise da COVID-19, o Grupo
Parlamentar do PSD considera que a reabertura de diversas atividades e de espetáculos culturais e
desportivos, sem exceção, é fundamental quer para todos os profissionais desses setores, quer para o público
em geral, evidentemente que respeitando as medidas da DGS, de forma a assegurar a salvaguarda da saúde
pública, como acontece na tauromaquia.
Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, naturalmente que o Grupo Parlamentar do PSD concorda consigo
porquanto as medidas e as regras a implementar como referencial de atuação para a prevenção e controlo da
transmissão da COVID-19 em todas as manifestações, sejam elas de cariz cultural ou desportivo, devem
existir e devem ser adequadas a cada uma das situações.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Chamo-lhe a atenção para o tempo, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Fernanda Velez (PSD): — Termino já, Sr. Presidente. No entanto, Sr.ª Deputada, não podemos acompanhar o objetivo do PAN que consiste em pôr em prática
uma política de gosto, repudiando atividades que, de acordo com a lei em vigor, são consideradas espetáculos
culturais.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Inês Sousa Real, cumprimento-a e quero dizer-lhe que não foi com grande espanto que ouvi a sua intervenção, embora, confesso-lhe, o título que
estava indicado para a sua declaração política nos distanciasse um bocadinho disto, mas, enfim, nós também
já conhecemos o PAN.
De facto, passou da crise sanitária decorrente da COVID-19 — podia ter falado, imagine, sobre os lares,
sobre o que se passa nos lares, sobre as brigadas que foram criadas e que, afinal, vão ter menos pessoal
médico do que o necessário —, o que isso seria falar sobre as pessoas e sobre a morte das pessoas, mas eu
também percebo que isso não é assim muito relevante para o PAN, que tem outras causas mais grandiosas,
no seu legítimo direito, para o hipotético sofrimento animal.
Sr.ª Deputada, o que eu ouvi aqui foi a Sr.ª Deputada, basicamente, apontar o dedo a toda a gente, exceto
ao PAN — naturalmente, imaculado nestas matérias —, à DGS, ao Governo, ao Parlamento. Toda a gente há
de ter culpa, mas a Sr.ª Deputada é que, realmente, não devia estar atenta quando o setor negociou com a
DGS, como todos os outros setores negociaram com a DGS, as normas para a abertura no caso do
espetáculo tauromáquico.
Se a Sr.ª Deputada tinha algum problema era nessa altura que podia fazer perguntas, que podia ter
chamado cá a Sr.ª Diretora-Geral da Saúde para esclarecer. Fez isso? Não fez! Prefere falar da tribuna e fazer
um grande número, que há de dar-lhe um grande vídeo, que há de ser muito propagado no Facebook e,
assim, vivemos nós alegremente.
Sr.ª Deputada, pode apontar o dedo a toda a gente, mas o facto é que, se a Sr.ª Deputada quer ser polícia
nas suas horas vagas, pode ir tirar fotografias à praça e denunciar o que estiver mal; agora, escusa é de vir
aqui para a Assembleia dizer que toda a gente tem culpa de um espetáculo que cumpriu as normas. Tenha
paciência!
Não tenho mais nada para lhe perguntar, mas é que, realmente, este assunto já cansa!
A Sr.ª Fernanda Velez (PSD): — Muito bem!
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real.