I SÉRIE — NÚMERO 7
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O Sr. Pedro do Carmo (PS): — Muito bem!
O Sr. Eduardo Barroco de Melo (PS): — A Sr.ª Deputada Fernanda Velez conseguiu fazer uma síntese impossível, de querer respeitar as direções da Direção-Geral da Saúde ao mesmo tempo que quer abrir as
portas às pessoas nestes eventos, quando, curiosamente, é a Direção-Geral da Saúde que determina as
regras para a não presença das pessoas nestes eventos.
Dito isto — aliás, ao contrário do que diz a bancada do Partido Social Democrata — e como a Sr.ª
Deputada percebe, e bem, se não queremos ferir a integridade física dos touros, falando aqui especificamente
das touradas e da posição que partilhamos, também não queremos sujeitar as pessoas, que também têm
direito à proteção da sua integridade física, a serem, eventualmente, alvo de risco.
Portanto, como é óbvio, o Partido Socialista tem tomado uma posição que nos parece responsável, que é a
de permitir — aliás, desde dia 1 de junho — a realização de eventos culturais, havendo até, daqui a uma
semana, no dia 7 de outubro, o primeiro jogo de futebol, com a seleção de seniores masculinos, a poder ter
adeptos no estádio.
Protestos do Deputado do PSD Cristóvão Norte.
Portanto, estamos, paulatinamente, segundo os critérios da Direção-Geral da Saúde, a permitir, que as
pessoas possam regressar à sua vida normal e usufruir, na plenitude ou dentro do possível, dos espetáculos
desportivos e dos espetáculos culturais.
Por isso, Sr.ª Deputada, o que lhe quero perguntar é se não lhe parece fazer sentido, nesta atitude de
precaução — para não pôr em risco a saúde das pessoas e não pôr em risco a própria evolução da situação
pandémica em Portugal —, que tenhamos, de facto, esta concertação com a Direção-Geral da Saúde, como
temos vindo a ter até agora.
Percebendo, obviamente, as dificuldades que estão colocadas a associações culturais, desportivas, a todos
os promotores de espetáculos culturais e desportivos, pergunto se não faz sentido que possamos fazer este
trabalho calmamente para, em vez de corrermos o risco de abrir agora para fechar daqui a pouco,…
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado, chamo a atenção para o tempo.
O Sr. Eduardo Barroco de Melo (PS): — … podermos, de facto, ter uma sustentação da atividade cultural e desportiva em Portugal, que acho que é o que todos desejamos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Paula Santos, do PCP.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, cumprimento a Sr.ª Deputada Inês Sousa Real. Sobre a sua intervenção e as questões que aqui coloca, gostaria de abordar um aspeto, que nos parece
ser o aspeto principal relativamente à realização de um conjunto de atividades culturais e desportivas no nosso
País, sejam elas de âmbito profissional ou amador, que é a importância que isto tem para a vida das pessoas
e também para a saúde e o bem-estar da própria população.
A epidemia da COVID-19 exige respostas de fundo a todas as questões estruturais que o PCP tem vindo a
colocar.
O que a situação impõe é a tomada de medidas de prevenção e mitigação da doença — nomeadamente no
plano dos locais de trabalho, habitacional e dos transportes — e que se faça, a todos os níveis, a pedagogia
da necessidade da proteção, para promoção e dinamização das atividades económica, social, cultural,
desportiva, de lazer e de convívio, fundamentais para a vida, a saúde e o bem-estar.
Ao longo deste período, identificámos aquilo que consideramos que deve ocorrer, que é, de facto, cumprir
todas as recomendações de saúde pública para a proteção da saúde de todos e para prevenir a epidemia e a
doença. Mas é importante que vamos avançando na retoma do conjunto de atividades culturais, na retoma do