1 DE OUTUBRO DE 2020
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O PAN tem previsto e defendido que deve existir uma maior transparência, nomeadamente uma plataforma
em que seja possível divulgar tudo aquilo que possam ser custos com este plano e com esta medida de
recuperação económica. Esta é uma medida que tem sido defendida pelo próprio FMI (Fundo Monetário
Internacional) e que já está a ser seguida por outros países, passando pela criação deste portal da
transparência em que se preveja, então, todas as medidas neste contexto, o seu custo orçamental, número de
beneficiários, entidades ou critérios. Gostaríamos de saber precisamente se o PS está ou não disponível para
nos acompanhar, relativamente a uma proposta do PAN, em sede do próprio Orçamento do Estado, que
concretize este objetivo.
Outro ponto prende-se com a justiça, uma matéria que já aqui foi trazida hoje pelo PCP, mas, na altura, não
tivemos oportunidade de o felicitar e de colocar questões. Gostaríamos de destacar, em relação ao plano, que
há duas características que parecem estar omissas. A primeira tem que ver, desde logo, com o combate à
corrupção e, nesta medida, parece-nos que o plano é pouco ambicioso, deixando na gaveta a concretização
do Pacto de Justiça, que prevê medidas muito importantes para este objetivo, como sejam a criação e a
instalação, nas comarcas, de gabinetes de assessoria técnica para a criminalidade económica e combate à
corrupção.
Para nós seria fundamental saber como é que o PS vai posicionar-se relativamente à concretização desta
medida. Não podemos deixar de recordar que, de hoje até sexta-feira, os funcionários judiciais vão estar em
greve, o que, de facto, salienta a necessidade mais do que premente de fazermos avanços nestas matérias e
a insuficiência de recursos que tem marcado a justiça.
Aplausos do PAN.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para responder a este conjunto de questões, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Coimbra, do PS.
O Sr. Pedro Coimbra (PS): — Sr. Presidente, queria, antes de mais, agradecer ao Sr. Deputado Bruno Dias, ao Sr. Deputado José Luís Ferreira e à Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real as questões que me
colocaram e as intervenções que fizeram.
Começando pelas questões do Sr. Deputado Bruno Dias, quero dizer-lhe que, naturalmente, as questões
que coloca estão nas primeiras prioridades de toda a atuação do Governo e do plano de resiliência que vai ser
apresentado no dia 15. O Sr. Deputado teve também oportunidade de participar, tal como eu, na audição ao
Sr. Prof. António Costa Silva e recorda-se que, nesse plano, existe também uma grande aposta — que tem
sido enfatizada pelo Sr. Primeiro-Ministro — nas temáticas do emprego, da saúde e das prestações sociais,
que foram aquelas que aqui colocou. Boa parte do que se pretende que venha a ser o investimento nos
próximos anos passa também por aí, como tem sido amplamente divulgado e como tem sido apresentado.
Queria também dizer ao Sr. Deputado José Luís Ferreira, um pouco no seguimento disto, que sobre as
questões da natureza, do ambiente e da agricultura poderei dizer exatamente o mesmo, ou seja, estão
também nas prioridades desta intervenção política e da atuação política no futuro, tal como a questão da
coesão do território. Aliás, sabemos bem que uma economia mais verde e mais digital é também uma das
grandes prioridades para a próxima década, sendo absolutamente essencial para todas as políticas do País e,
diria, da Europa e do mundo, porque está, naturalmente, na primeira ordem de prioridades de qualquer país
responsável. Nós não fugimos a essa regra.
Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, naturalmente as questões que coloca têm que ver com uma temática
muito importante que, também neste plano, está perfeitamente identificada e realçada, que é o investimento na
Administração Pública. É fundamental dotar a Administração Pública de melhores condições, que permitam
prestar um melhor serviço ao cidadão, inclusive no que referiu — e bem — e que diz respeito quer à
transparência na aplicação dos fundos, quer ao combate à corrupção.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado, chamo a atenção para o tempo.
O Sr. Pedro Coimbra (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente.