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I SÉRIE — NÚMERO 7

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Portanto, importa colocar outras questões que têm a ver com a recuperação económica do País — isso é,

evidentemente, importante —, mas também perceber a coerência ou incoerência do próprio Governo.

O que é que soubemos no dia 14 de setembro? Soubemos que o Governo está a preparar uma linha de

crédito para financiar o pagamento de impostos. Ou seja, o que o Governo diz às empresas e aos profissionais

liberais que tenham dificuldades em pagar os seus impostos é: «Não há problema nenhum, vamos arranjar

aqui uma linhazinha de crédito para os senhores pagarem, porque o Estado não pode ficar sem receita». O

Partido Socialista está mais preocupado com o Estado e com aquilo que alimenta o Estado, que são as

receitas dos impostos, do que propriamente com as empresas.

Depois — é notável! —, viemos a saber, agora, há dias, há horas, que Portugal vai dispensar os

empréstimos europeus, ou seja, Portugal vai apenas aproveitar o fundo perdido. E qual é a razão para essa

decisão, para que Portugal use apenas o fundo perdido e não os empréstimos? É a dívida pública!

Então, analisemos a dívida pública: quando o Dr. António Costa entrou no Governo, a dívida pública era de

231 000 milhões de euros; em 2020, 5 anos depois, acrescentou-lhe 37 000 milhões de euros. Ou seja, a

dívida pública está em 268 000 milhões de euros. É assim que vamos terminar o final do ano: com uma dívida

pública de 134% do PIB (produto interno bruto).

A pergunta que se coloca, como é evidente, é esta: a questão do endividamento só é importante para o

Estado?

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Chamo-lhe a atenção para o seu tempo, Sr. Deputado.

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Estou a terminar, Sr. Presidente. O endividamento para as empresas, esse, não é relevante?

Sr. Deputado, as empresas não precisam de linhas de crédito para pagar impostos. O que precisam é de

menos impostos e de menos burocracia. E, digo-lhe mais, precisam é de menos Estado.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem a palavra, para responder a este conjunto de questões, o Sr. Deputado Pedro Coimbra.

O Sr. Pedro Coimbra (PS): — Sr. Presidente, queria agradecer à Sr.ª Deputada Isabel Pires, ao Sr. Deputado Cristóvão Norte e ao Sr. Deputado João Gonçalves Pereira as questões que me colocaram e as

intervenções que fizeram.

Sr.ª Deputada Isabel Pires, naturalmente, a questão que colocou é, também, para o Partido Socialista e,

seguramente, para o Governo, como também tem sido dito, muito importante e pertinente.

Já foi afirmado mais do que uma vez que o caminho não é a perda de rendimento. O caminho vai continuar

a ser, tal como foi no passado recente, a recuperação do rendimento. Essa é uma questão absolutamente

essencial para o Partido Socialista e para o Governo. Isso tem sido dito em sede da Assembleia da República

e tem sido dito, também, pelo Governo e pela voz do Sr. Primeiro-Ministro. Portanto, é esse o caminho que

continuaremos. Não há a menor dúvida em relação a isso.

A recuperação do rendimento, associado, inclusive, ao aumento do ordenado mínimo, tal como tem vindo a

ser programado, é uma questão absolutamente essencial para o PS e para o Governo do Partido Socialista.

Por isso, continuamos a recusar, mesmo perante as dificuldades que temos e que não podemos esconder —

elas são evidentes no mundo inteiro —, uma política de austeridade. Portanto, estamos empenhados nessa

política de investimento e de recuperação do rendimento.

Sr. Deputado Cristóvão Norte, o que o senhor aqui trouxe não foram nem perguntas, nem uma intervenção,

foi um exercício de demagogia.

O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Foi a verdade!

O Sr. Pedro Coimbra (PS): — O senhor disse, aqui, que é tudo prioridade, que não há documento, que não há discussão e que nada há.