8 DE OUTUBRO DE 2020
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constituem um grupo de risco, pela sua idade. Neste momento, temos, entre 2500 lares, 62 surtos e um total de
767 utentes infetados, num universo de mais de 99 000 utentes.
É preciso compreender que esta situação, sendo dramática, tem exigido um enorme esforço, aliás, apoiado
também pelo Estado, pelas IPSS (instituições particulares de solidariedade social), pelas mutualidades e pelas
misericórdias. Havendo seguramente melhor e pior, há um esforço extraordinário que as instituições têm feito e
não posso deixar de saudar o Dr. Manuel Lemos que, ainda na semana passada, me telefonou bastante
emocionado porque estávamos a concluir a quinta semana consecutiva sem um único falecimento por motivo
de COVID em qualquer lar das misericórdias portuguesas.
Aplausos do PS.
Acho que temos de saber apoiar as instituições que apoiam os nossos idosos. Temos de ir mais longe e isso
terá expressão no Orçamento do Estado, está a ter expressão na criação das brigadas mistas de intervenção e
terá, sobretudo, expressão no Plano de Recuperação e Resiliência, em que estão previstas a conclusão integral,
quer da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, quer da Rede Nacional de Cuidados Paliativos,
de novas respostas sociais no apoio aos idosos, sejam estas na área da saúde mental, no apoio domiciliário ou
através do cuidador informal, de modo a que possamos ter um serviço de saúde cada vez mais adaptado à
dinâmica demográfica, que, felizmente, dá à população um alargamento da esperança de vida mas que impõe
a todos o desafio e a responsabilidade de que esse aumento da esperança de vida seja acompanhado por um
envelhecimento mais ativo e mais saudável. Esta é uma responsabilidade de todos — e nossa também — e é
por isso que estamos aqui a trabalhar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos entrar agora na segunda ronda, descontando igualmente o tempo excedido na resposta dada pelo Sr. Primeiro-Ministro ao Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
Vamos começar pelo Grupo Parlamentar do PSD, como manda o Regimento. Tem a palavra o Sr. Deputado
Ricardo Baptista Leite.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro: Aproxima-se o inverno e, com isso, aproxima-se, de facto, uma situação de grande preocupação, uma
tempestade perfeita, pela combinação da COVID-19 com o vírus da gripe e com outros vírus respiratórios.
O País, de facto, não pode voltar a fechar-se — sobre isto estamos de acordo —, mas temos de fazer por
isso. Tal depende muito da ação do seu Governo e creio que devemos aproveitar também este debate e estes
momentos para corrigirmos trajetórias no âmbito do combate à pandemia. Um dos melhores instrumentos que
temos nesse combate são as vacinas da gripe e as vacinas contra as pneumonias.
Quanto às vacinas contra as pneumonias, não há uma linha sobre elas no Plano da Saúde para o Outono-
Inverno da Direção-Geral da Saúde. Recomendo vivamente que essas vacinas sejam inseridas no plano. Quanto
às vacinas da gripe, de facto, o Governo atrasou-se no processo de concurso externo e, com isso, acabamos
por ser um dos países europeus que menos aumentou a disponibilidade de vacinas: passámos de 1,6 milhões
para 2 milhões de vacinas oferecidas pelo Estado e aquelas vacinas que ficam disponíveis para o público em
geral, através das farmácias, estão limitadas às 500 000 que tínhamos no ano passado, apesar do aumento
brutal de procura.
O que, de facto, é incompreensível — penso que o Sr. Primeiro-Ministro concordará — é que mais de 10 000
profissionais de saúde não tenham acesso às vacinas da gripe que são disponibilizadas pelo Estado. Portanto,
pergunto-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, se não entende que estes profissionais deveriam ter acesso às vacinas da
gripe disponibilizadas pelo Estado.
Aplausos do PSD.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.