I SÉRIE — NÚMERO 10
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estão em sofrimento e uma outra que seria não termos de ouvir os lamentáveis discursos da Deputada Catarina
Martins de ódio aos privados e de não termos de estar aqui, dia sim, dia não, a falar deste mesmo tema,
recorrendo aos recursos que há no privado.
Sr. Primeiro-Ministro, a pergunta é: que diferença é que estas 24 horas vão fazer?
O Sr. Presidente: — Antes de dar a palavra ao Sr. Primeiro-Ministro, queria só informar o Sr. Deputado do Iniciativa Liberal que terá menos 56 segundos do que estava previsto na segunda intervenção.
Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Cotrim de Figueiredo, creio que a boa notícia é que não vamos esperar dois meses pelo próximo debate porque já no dia 27 estaremos aqui a debater,
precisamente, a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021.
O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Aleluia!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Por isso, vamos ter o prazer de nos reencontrarmos muito mais cedo do que aquilo que estava a recear.
Creio que as próximas 24 horas não vão mudar o mundo, mas vão, seguramente, permitir aprovar um
Orçamento do Estado em Conselho de Ministros, que aqui dará entrada no próximo dia 12 e que corresponde
às prioridades que são essenciais, hoje, para podermos controlar a pandemia, para podermos recuperar a
economia, para podermos reconstruir o País.
As prioridades são muito simples. Temos de proteger as empresas para podermos proteger o emprego,
temos de proteger o emprego para proteger o rendimento das famílias e temos de proteger o rendimento das
famílias que caíram na situação de desemprego.
Proteção, proteção, proteção é aquilo que é fundamental, para podermos, depois, passar à fase seguinte,
que é relançar, relançar, relançar a nossa economia.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para terminar esta primeira fase, tem a palavra, para formular perguntas ao Sr. Primeiro-Ministro, o Sr. Deputado João Paulo Correia, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, falou-se há pouco do processo legislativo que decorre aqui na Assembleia da República que tem a ver com as alterações
ao Código dos Contratos Públicos.
Queria dizer-lhe que o Partido Socialista irá centrar a sua intervenção legislativa na maximização da
transparência e na minimização da burocracia.
Aplausos do PS.
O excesso de burocracia favorece a opacidade e prejudica a transparência e, se deixarmos tudo na mesma,
as dificuldades continuam.
Vamos a um exemplo muito prático, Sr. Primeiro-Ministro. Uma câmara municipal que decida, hoje, da
necessidade de construir um equipamento social — um centro de saúde, uma creche, uma escola —, só abrirá
esse serviço volvidos quatro anos, só em 2024. Ou seja, entre a identificação da necessidade de criação da
resposta até à abertura do serviço, no caso de uma creche, as crianças já saltaram do pré-escolar para o 1.º
ciclo.
Aplausos do PS.
Vozes do PS: — É verdade! Essa é que é a verdade!