I SÉRIE — NÚMERO 10
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A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr. Primeiro-Ministro, não são Os Verdes que falam do aumento da área, é o documento da Assembleia Municipal de Odemira, que, por acaso, é do Partido Socialista. Por isso, peço aos
serviços para lhe darem uma cópia, visto eu não dispor de tempo para ler o que aqui está escrito.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputada, o tempo em excesso que usou desconta no tempo da segunda ronda. Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, é só para agradecer à Sr.ª Deputada a gentileza de me fazer chegar o documento.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura, do Chega.
O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor apresenta-se aqui, na Assembleia, como o Primeiro-Ministro que não faz ideia de nada. Não sabe das freguesias, porque é culpa da
Assembleia da República; não sabe nada de mandatos, porque é com o Presidente da República; fixou um
critério com o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, que já tinha dito que, para a Presidência da República, só defende
um mandato também — por isso, deve haver aí uma questão com critérios que têm de ser bem definidos entre
vocês.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, há uma coisa que é certa: o Sr. Primeiro-Ministro reconduziu a Inspetora-Geral
da Administração Interna, a juíza Margarida Blasco, há precisamente dois anos. E aí não ouvi dizer que não
concordava com o critério nem que tinha definido outro critério qualquer. A verdade é que só quando o critério
não lhe convém é que afasta as pessoas!
Afastou aquela Procuradora que ia para a Procuradoria Europeia, mas, vamos imaginar como, desapareceu
e já não foi nomeada; afastou a Procuradora-Geral da República e, agora, chega aqui e diz que há um critério
com Marcelo Rebelo de Sousa, que ainda não disse nada sobre isso. A verdade é esta, Sr. Primeiro-Ministro.
Por que é que reconduziu a Inspetora-Geral da Administração Interna, em 2018, que estava em funções desde
2012?!
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado André Ventura, posso repetir pela enésima vez que há um conjunto de cargos cuja nomeação, nos termos da Constituição e da lei, cabe a S. Ex.ª o Presidente da
República, por iniciativa do Governo.
Como é próprio entre órgãos de soberania e na articulação devida entre uns e outros, é normal que haja uma
definição de um critério em conjunto para que quem propõe não cause um incómodo a quem tem de nomear
nem quem nomeia cause um incómodo desnecessário a quem propõe.
Portanto, o critério que tem sido definido, de uma forma muito clara — e que o Sr. Presidente da República
explicitou, aliás, em nota pública sobre esta matéria —, é que nos cargos de nomeação pelo Presidente da
República, sob proposta do Governo, vale o princípio da não renovação dos mandatos. Ponto! É o que lhe posso
dizer.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado André Ventura.
O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, não vimos bem isso na nota da Presidência da República, mas aguardamos, ansiosamente, a explicação do Sr. Presidente sobre esta matéria.
Sr. Primeiro-Ministro, foram agredidos, novamente, polícias na Cova da Moura. Não é a primeira, nem a
segunda, nem a terceira, nem a quinta, nem a décima, nem a vigésima vez que, nesta Assembleia, o Chega diz
que os polícias continuam a ser miseravelmente agredidos em bairros que, alguns deles, não deviam existir há
muito tempo. Por isso, hoje, aqui, quero perguntar-lhe: o que é que vai fazer?