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8 DE OUTUBRO DE 2020

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O Sr. João Paulo Correia (PS): — Por isso, não podemos ter um código de contratação pública com regras tão desajustadas da oportunidade do investimento público.

Um outro aspeto muito importante tem que ver com a atualidade orçamental e económica do nosso País. Em

vez de se confirmar o cenário mais pessimista, tecnicamente classificado como cenário severo, confirma-se o

cenário base, ou seja, o cenário menos pessimista, de que o PIB português não irá cair num valor acima dos

10%. E isto deve-se não só à resiliência do nosso modelo económico, que foi prosseguido e desenvolvido até

março deste ano, mas também à resposta do Governo, que mobilizou as empresas e os trabalhadores. Portanto,

gostaríamos de aqui deixar uma palavra de enorme reconhecimento à nossa economia, às empresas e aos

trabalhadores.

Ouvimos, esta semana, o PSD falar sobre as suas propostas, a sua visão estratégica até 2030; ouvimos

também, há umas semanas, que a principal preocupação do PSD para os próximos tempos, para a recuperação

económica, era a de que o salário mínimo nacional ficasse congelado; e ouvimos, há dias, na tal apresentação

pública, o líder do PSD dizer que não o incomoda que quando um jovem recém-licenciado ingressa no mercado

de trabalho aufira um salário baixo e que o segundo salário desse jovem continue a ser baixo.

Pois bem, estes dois princípios que o PSD recupera do modelo de Passos Coelho são quase idênticos ao

convite feito aos jovens, na altura, para que emigrassem, mas marcam uma diferença enorme entre o modelo

de crescimento que o PSD propõe ao País e o modelo de crescimento económico do Partido Socialista.

Aplausos do PS.

Achamos que o modelo de crescimento económico do País deve assentar na valorização salarial, na

valorização dos rendimentos, no conhecimento e na inovação e contamos, para isso, com as novas gerações e

com os jovens, porque é preciso criar esperança e confiança no futuro.

Aplausos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, quando a Europa discutia entendimentos e convergências ao nível das respostas para

a estabilização económica e social que está em curso, para o plano de recuperação económica ou para o

próximo quadro financeiro plurianual, todos ansiámos que a Europa chegasse a um acordo, que os líderes

europeus se entendessem, que houvesse uma convergência no plano europeu, porque todos estávamos

convencidos — e todos sabemos — que não há recuperação económica sem estabilidade política e sem

convergência entre os líderes europeus. E os Estados-Membros foram capazes de ultrapassar essas

divergências e chegar a entendimentos que lançaram a estabilização económica, preparam agora o Plano de

Recuperação e Resiliência e o próximo quadro financeiro plurianual.

Lamentamos que aqueles mesmos partidos que aplaudiram essa convergência e esse entendimento num

plano europeu, que tiveram essa leitura da importância da estabilidade política e da convergência no plano

europeu estejam, hoje, de costas voltadas para a estabilidade política nacional.

É que se a Europa não pode ter uma crise política em cima de uma crise económica e em cima de uma crise

social, também o nosso País não se pode dar ao luxo de ter uma crise política em cima de uma crise económica

e de uma crise social.

Aplausos do PS.

Queremos saudar o Governo pelo esforço e pelo sucesso nas negociações que estão a decorrer com os

nossos parceiros parlamentares, com quem temos trilhado um percurso nos últimos cinco anos.

Essas negociações têm decorrido com sucesso, porque o Orçamento do Estado — e queria colocar estas

questões, Sr. Primeiro-Ministro —, este Orçamento do Estado que o Governo vai submeter à Assembleia da

República, não apresenta nenhum recuo face às medidas tomadas no que respeita à política de rendimentos,

aos direitos laborais e aos direitos sociais conquistados nos últimos cinco anos.

Isso é da máxima importância porque, se isto é uma base de partida fundamental, é também fundamental

deixar claro que as negociações com o Bloco de Esquerda e com o PCP estão a construir avanços significativos

nestas frentes: reforçar o Serviço Nacional de Saúde, como o Sr. Primeiro-Ministro já explicou; reforçar a política