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I SÉRIE — NÚMERO 10

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rodoviárias, que, por exemplo, no ano passado custaram 1160 milhões de euros a mais ao País, ou, por exemplo,

pela efetiva taxação do carbono, com o fim das isenções de impostos sobre produtos poluentes, que custam

aos contribuintes mais de 500 milhões de euros ao ano, ou pela taxação do carbono da pecuária intensiva, que

poderia render 179 milhões de euros ao ano ao País.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, o tempo que exceder, como sabe, será descontado na segunda ronda.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Concluo já, Sr. Presidente. As compensações orçamentais existem e o PAN apresentou-as. Resta saber se há vontade política de o seu

Governo levar a cabo esta valorização da classe média ou se estes cidadãos vão continuar a ter de esperar por

melhores dias que teimam em nunca chegar, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, relativamente ao Orçamento do Estado temos, de facto, mantido um diálogo, estamos a trabalhar e a considerar muitas das ideias que o PAN

tem proposto e há um ponto que é absolutamente real: a evolução do salário médio e a situação da classe média

não acompanhou o crescimento muito significativo do salário mínimo.

Quanto ao salário mínimo, podemos decretá-lo; o salário médio é aquele que resulta da dinâmica da

contratação coletiva e da negociação salarial. Efetivamente, temos tido a necessidade de compensar, seja por

via fiscal — hoje os portugueses pagam menos 1000 milhões de euros por ano de IRS do que pagavam em

2015 — ou por transferências de natureza não monetária, como são os casos da política de transporte público

ou da política que estamos a desenvolver para criar arrendamento acessível.

De qualquer forma, se se recorda, tínhamos definido como prioridade desta Legislatura enfrentar uma

solução gravíssima, em particular, que tem a ver com o salário de entrada no mercado de trabalho dos jovens

qualificados. Está aberto, em sede de concertação social, um processo negocial sobre a valorização salarial,

em particular, do emprego mais qualificado.

Essa negociação não está parada, mas, obviamente, foi perturbada, ao longo deste ano, pelas circunstâncias

excecionais que temos vindo a viver. Naturalmente, não é este o contexto onde podemos obter melhores

resultados nessa negociação, mas é um trabalho com o qual todos os parceiros sociais se mantêm

comprometidos e que prosseguiremos, a par da negociação que temos vindo a fazer em matéria de conciliação

de vida profissional, pessoal e familiar, que são as duas matérias que definimos como prioritárias para negociar

em sede de concertação social.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, o tempo a mais que usou será descontado na segunda resposta ao PAN.

Pelo Grupo Parlamentar de Os Verdes, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Silva.

A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, como sabe, os sócios-gerentes das micro e pequenas empresas afetadas pela redução da

atividade ficaram, numa fase inicial, excluídos dos apoios extraordinários no quadro da pandemia.

De facto, só três meses depois da redução da atividade e do início da pandemia é que os sócios-gerentes

passaram a ter direito a um apoio financeiro.

Ora, face ao impasse instalado e perante a falta de respostas, algumas pequenas empresas acabaram por

processar os respetivos salários dos sócios-gerentes e procedido ao pagamento de impostos, tendo beneficiado

da isenção de contribuições para a segurança social durante o período em que a empresa esteve em layoff

simplificado.

Sucede que nestes casos os sócios-gerentes ficaram excluídos do apoio extraordinário relativo à redução da

sua atividade, no período correspondente aos meses em que as pequenas empresas estiveram em layoff

simplificado.