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8 DE OUTUBRO DE 2020

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A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Vou concluir, Sr. Presidente. Sr. Primeiro-Ministro, as imagens de que falámos mostram que, mais uma vez, Portugal incumpre a

legislação comunitária a nível do bem-estar animal, no transporte de animais vivos,…

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — … e gostaríamos de saber se o Governo está disponível para visitar esta atividade, no sentido de garantir a proteção e o bem-estar animal.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, António Costa.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Bebiana Cunha, esta matéria tem merecido a melhor atenção por parte da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que tem procedido à

fiscalização muito atenta do conjunto destes navios.

Desde 2015 até à presente data, registou-se o seguinte: 41 notificações aos armadores dos navios para

correções imediatas ou para proceder a melhorias no caso de situações de pouca gravidade; 18 notificações

aos organizadores de operação para correções imediatas ou para proceder a melhorias no caso de situações

de pouca gravidade; 3 navios interditos de carregar animais em Portugal até à completa resolução dos

incumprimentos verificados; 2 navios com certificados de aprovação de navio de gado suspensos; e 1 navio de

gado com retirada do certificado de aprovação e inibição do direito de pedir novamente a certificação desse

navio.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Este é o conjunto de medidas que a DGAV tem tomado, de forma a preservar os direitos dos animais nestas condições de transporte.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Passamos, agora, às questões colocadas pelo Partido Ecologista «Os Verdes», para o que tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Silva.

A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, no final da passada sessão legislativa, a Sr.ª Ministra da Agricultura anunciou que os animais de companhia iriam deixar de estar sob a alçada da

Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, passando para o Ministério do Ambiente. Resposta apressada e

sem grande ponderação — dizemos nós! — ao fatídico incêndio em Santo Tirso, onde morreram mais de sete

dezenas de animais em abrigos ilegais.

Tal decisão foi justificada com os quase 2,750 milhões de animais de companhia registados, «um número

imenso» que deve ter tratamento «independente», e com a necessidade de a DGAV se centrar no bem-estar

dos animais de produção, «que abastecem os sistemas alimentares».

A este respeito, permita-me que abra um parêntesis para lhe lembrar que esta é uma perspetiva que deixa

uma questão fundamental de fora, a de que a proteção animal passa, em grande parte, pela proteção dos seus

habitats e dos ecossistemas, dos espaços naturais e seminaturais.

Por isso, Os Verdes não compreendem as pretensões do Governo relativas ao lítio ou à agricultura intensiva,

que são um verdadeiro atentado contra muitos destes animais e que poderão mesmo empurrar algumas das

espécies autóctones para a extinção.

Mas, apesar de o Ministro do Ambiente e da Ação Climática receber mais esta responsabilidade de braços

abertos, as entidades que intervêm nesta área rapidamente se pronunciaram contra esta alteração. Agora,

também a Federação dos Veterinários da Europa e a Organização Mundial para a Saúde Animal desaconselham

este caminho.