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I SÉRIE — NÚMERO 10

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Há que responder às necessidades de habitação social. Há 26 000 famílias em Portugal que não habitam

em condições condignas e isso é uma indignidade para todos nós. Um País que se quer decente tem de

assegurar habitação condigna a todas as famílias.

Mas, hoje, a realidade da habitação em Portugal é uma realidade bastante mais complexa, que exige

respostas públicas, não só para a habitação social, como no passado e no presente, mas também para as

necessidades da classe média, em particular a necessidade de as novas gerações terem acesso à habitação,

em condições acessíveis.

É por isso que a nossa nova geração de políticas de habitação não investe só na habitação social, mas

também na habitação e no arrendamento em condições acessíveis, para corrigir as falhas de mercado que a

trágica «lei Cristas» introduziu no mercado de arrendamento em Portugal.

É isso que iremos fazer e, para isso, vamos recorrer quer aos mecanismos de recursos nacionais, quer à

mobilização de investimento privado, quer aos recursos que o Plano de Recuperação e Resiliência disponibiliza

ao nosso País.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — O Sr. Deputado André Ventura dispõe ainda de alguns segundos para intervir, apesar de o Governo já não ter tempo para responder.

Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, é uma questão muito rápida, porque o Governo já não tem tempo para responder.

O Sr. Ministro da Economia, em março, disse que estava a fazer todo o possível para diminuir as dívidas do

setor público às empresas. Pois, em junho, na última estimativa que temos, houve um aumento de 64 milhões

de euros dessa dívida às empresas.

Sr. Primeiro-Ministro, não há milagres! Não podemos pedir que paguem cada vez mais impostos, pedir que

sustentem o Estado social, pedir que paguem para as tais 26 000 famílias que precisam de habitação condigna…

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queira concluir.

O Sr. André Ventura (CH): — Vou terminar, Sr. Presidente. Como dizia, não podemos pedir isso tudo e, quando chega ao momento de ter dívidas às empresas, não lhes

pagar o que lhes devemos. Não é o que eles merecem, é o que lhes devemos!

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Muito obrigado, Sr. Deputado.

O Sr. André Ventura (CH): — Portanto, se o seu Governo não consegue responder ao problema das dívidas às empresas, também não responderá…

Neste momento, o orador tossiu.

O meu coração está ótimo, Sr. Primeiro-Ministro, não se preocupe!

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, para colocar as suas questões, o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-Ministro, só tenho meio minuto liberal, portanto, não vou fazer nenhuma pergunta sobre o Tribunal de Contas.

Ficará muito agradado com isso, mas deixo-lhe uma sugestão: talvez não fosse mau avisar os candidatos a

esses cargos públicos, onde há entendimentos entre o Governo e o Presidente da República, para eles saberem

exatamente a que se estão a candidatar. Ou, melhor ainda, se esses entendimentos forem muito bons, talvez

se devesse mudar a lei para limitar os mandatos.