I SÉRIE — NÚMERO 10
46
Assim, Sr. Primeiro-Ministro, ainda vai a tempo de repensar esta decisão, até porque qualquer dia o Ministério
do Ambiente e da Ação Climática será um superministério que tutela todas as áreas, mas que não terá
capacidade de responder nem de controlar nada. Irá repensar essa transferência, Sr. Primeiro-Ministro?
Uma outra questão: na terceira semana do ano letivo, continuamos a assistir à dificuldade que muitas
comunidades escolares enfrentam com a falta de assistentes operacionais.
Não é de hoje que os rácios não correspondem às necessidades e se, antes da pandemia, faltavam 5000, e
o Governo anunciava a contratação de 1500, continuam a faltar 3500, acrescentando, claro, as necessidades
que a pandemia veio trazer.
Os assistentes operacionais são essenciais — penso que todos concordamos — para garantir a abertura de
muitos espaços escolares. São a garantia de higienização dos espaços e de que os alunos cumprem as regras
de higiene e de afastamento físico. São a garantia do acesso de todos à educação, sobretudo na perspetiva do
ensino inclusivo.
Por isso, o que lhe pergunto é se está prevista a contratação de mais assistentes operacionais para reforçar
as necessidades reais das escolas, para substituir assistentes operacionais que estão doentes,…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, queira concluir.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Estou mesmo a terminar, Sr. Presidente. Como estava a referir, o que lhe pergunto é se está prevista a contratação de mais assistentes operacionais
para reforçar as necessidades reais das escolas, para substituir assistentes operacionais que estão doentes,
que são doentes de risco ou que estão a cumprir quarentenas, devido aos casos que vão surgindo, e, mais, se
as verbas para os municípios serão reforçadas para que possam também cumprir com as necessidades.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.
O Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática (João Pedro Matos Fernandes): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Mariana Silva, há, de facto, uma intenção muito clara de melhorar as condições de vida dos animais
de companhia e de ser mais exigente com o seu bem-estar, garantindo que a lei é cumprida, que somos capazes
de reduzir o número de animais assilvestrados e que conseguimos oferecer boas condições de vida a estas
espécies animais.
Foi essa a razão que levou o Ministério do Ambiente a esta mudança de responsabilidade política em relação
aos animais de companhia, ainda não concretizada.
O que nos propomos fazer antes do final do ano, para entrar em vigor no início do próximo, é, de facto, alterar
a lei orgânica do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), de forma a que esta competência
esteja dentro do ICNF, e criar o lugar de provedor do animal, aliás, como está previsto no Programa do Governo
desde o primeiro dia.
Este provedor do animal não terá apenas responsabilidade no domínio dos animais de companhia.
Nomeadamente, e completando, com todo o respeito, a resposta que foi dada à pergunta do PAN, direi que,
também aqui, o Sr. Provedor do Animal vai desempenhar funções.
Além disso, é fundamental transferir novas competências para as autarquias, neste domínio. Sabemos bem
que o anterior diploma não passou, mas aquele que prevemos é diferente, porque é mesmo focado nos animais
de companhia, valorizando, e muito, o papel dos veterinários municipais.
Sr.ª Deputada, não tenha a mais pequena dúvida de uma coisa: quem cuida da saúde animal são os
veterinários e, se há coisa que esta pandemia nos ensinou, foi a relação que existe entre saúde humana, saúde
animal e saúde ambiental. Agora, ser veterinário não é ser veterinário da DGAV, é ser veterinário. Sobre isso,
não temos a mais pequena dúvida.
É absolutamente fundamental que possamos ter condições, se calhar, melhores do que aquelas que
existiram no passado, para que os veterinários, sobretudo os veterinários municipais e aqueles que,